O presente trabalho visa a um estudo de parte da obra de Álvares de Azevedo com o intuito de apontar uma adesão ao mito da decadência em seus estudos literários Lucano e Literatura e Civilização em Portugal (e em seus discursos de 1849 e 1850, uma vez que neles há um registro e uma contextualização da contemporaneidade do poeta pauslita). Nos textos em questão, Azevedo adere a uma concepção de tempo que prefigura a concepção circular sobre os fatos históricos e literários. Nessa abordagem, o desenvolvimento da humanidade é compreendido a partir de um ciclo de ascensão e declínio. Deste modo, nesse recorte da obra, pretende-se demonstrar como o autor percorre e mapeia a temática da decadência, abrangendo desde a Antiguidade até o Renascimento, e culminando na era Moderna. Na análise dessa trajetória, almeja-se aprofundar a leitura, explorando as implicações mais amplas e analisando as diferentes perspectivas que surgem a partir do uso da metáfora da noite e seu significado. Além disso, a noite é utilizada pelo autor para retratar um período de crepúsculo tanto na literatura quanto na política europeia. A partir desse ponto, procura-se destacar a perspicácia do autor ao explorar a temática da decadência em relação às terras americanas, abordando-a tanto na literatura quanto na política. Através da conexão entre o regime de governo e a ideia de declínio político, o poeta demonstra sua crítica. A utilização da analogia de um período crepuscular também transmite a necessidade de gestação da literatura brasileira, uma vez que ela é muito próxima da literatura europeia, tanto que para o escritor brasileiro não havia tido, de fato, uma independência da literatura portuguesa. Nesse sentido, o estudo não apenas explora as concepções de tempo circular e decadência presentes na obra de Azevedo, mas também examina as implicações políticas desse olhar para o declínio nacional, especialmente em relação ao regime de governo vigente no país. Dessa forma, busca-se realizar uma análise abrangente, abordando a interseção entre literatura, história, filosofia e política, e sua relação com as concepções de decadência na obra de Álvares de Azevedo

This paper aims to study part of the work of Álvares de Azevedo in order to point out an adherence to the myth of decadence in his literary studies “Lucano” and “Literature and Civilization in Portugal” and in his speeches of 1849 and 1850. In the texts in question, Azevedo adheres to a conception of time that prefigures the circular conception about historical and literary facts. In this approach, the development of humanity is understood from a cycle of ascension and decline. Thus, in this cut of the work, it is intended to demonstrate how the author walks and maps the theme of decay, covering from antiquity to the Renaissance, and culminating in the modern era. In the analysis of this trajectory, we aim to deepen the reading, exploring the broader implications and analyzing the different perspectives that arise from the use of the metaphor of the night and its meaning. In addition, the night is used by the author to portray a period of twilight in both literature and European politics. From this point, we seek to highlight the insight of the author to explore the theme of decay in relation to American lands, addressing it both in literature and politics. Through this connection between the government regime and the idea of political decline, the poet demonstrates his criticality. The use of the analogy of a twilight period also conveys the need to gestate Brazilian literature, since it is very close to European literature, so much so that for the Brazilian writer had not in fact had an independence from Portuguese literature. In this sense, the study not only explores the conceptions of circular time and decay present in Azevedo’s work, but also examines the political implications of this look at national decline, especially in relation to the current government regime in the country. Thus, we seek to perform a comprehensive analysis, addressing the intersection between literature, history, philosophy and politics, and its relationship with the conceptions of decadence in the work of Álvares de Azevedo