Este trabalho é fruto de uma pesquisa de mestrado, realizada no Programa de Pós Graduação em Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com o objetivo de investigar as implicações na sala de aula dos potenciais da linguagem cinematográfica no ensino de Geografia. A relação entre geografia e imagem é historicamente referenciada desde a construção da ciência geográfica por geógrafos como Kant, Humboldt e Vidal de La Blache. Além dos geógrafos, vários autores se debruçaram em criar conceitos e investigar as relações entre a linguagem cinematográfica, a Educação e a Filosofia. Deleuze, Cabrera e Bakhtin foram alguns dos que impulsionaram esse movimento de como as imagens fazem pensar e pensam por si só. Essas teorias repercutem e se desdobram até hoje na nossa sociedade e cada vez mais constituem um discurso presente dentro das universidades, escolas e centros de pesquisas. A criação desse projeto foi um desdobramento de toda essa relação, com foco no desenvolvimento de metodologias dentro da sala de aula. Para investigar o potencial da criação do olhar geográfico através do cinema no ensino de Geografia foi realizada uma pesquisa bibliográfica a respeito do tema, a partir das obras de Milton Santos, Paulo César Costa Gomes e Rogério de Almeida. Além da pesquisa teórica, foram desenvolvidos dois projetos práticos em duas escolas diferentes, ambas na cidade de São Paulo, a partir de uma metodologia fenomenológica. Esta investigação empírica foi realizada com alunos da Educação de Jovens e Adultos da escola Keyzo Ishihara e com alunos do Programa de Ensino Integral do Estado de São Paulo na escola Alberto Torres. Ambos os projetos foram desenvolvidos com a disciplina de Geografia em um contexto interdisciplinar. A metodologia foi criada com base no uso de cenas e na construção coletiva, por meio do diálogo aberto com os alunos após a exibição. Como meio de análise do potencial foram realizados questionários abertos, fechados, e proposto um trabalho prático com a linguagem cinematográfica, em que os alunos tiveram a liberdade de expor seus olhares partindo de uma cena escolhida em grupo e apresentada por eles mesmos. Como resultados, destacam-se as respostas dos alunos referentes aos questionários como também às problemáticas, limites e desafios vivenciados durante o desenvolvimento do projeto nas escolas.

This work is the result of a master's research carried out in the Graduate Program in Human Geography at the Faculty of Philosophy, Letters and Human Sciences at the University of São Paulo with the aim of investigating the the potentials of cinematograpic language in geography teaching. The relationship between geography and image has been historically referenced since the construction of geographic science by geographers such as Kant, Humbouldt and Vidal de La Blache. In addition to geographers, several authors have worked on the relationship between cinematographic language, education and philosophy. Deleuze, Cabrera, Bakhtin were some who drove this movement of how images make us think, and think for themselves. These theories have repercussions and unfold to this day in our society and it is increasingly a discourse present within universities, schools and research centers. The creation of this project was an unfolding of this whole relationship with a focus on the development of methodologies within the classroom. In order to investigate the potential of creating a geographical view through cinema in the teaching of geography, a bibliographical research was carried out on the subject, based on the works of Milton Santos, Paulo César Costa Gomes and Rogério de Almeida. In addition to theoretical research, two practical projects were developed in two different schools, both in the city of São Paulo. This empirical investigation based on phenomenological methodology was carried out with students of Youth and Adult Education at Keyzo Ishihara school and with students from the Integral Education Program of the State of São Paulo at Alberto Torres school. Both projects were developed with the discipline of geography in an interdisciplinary context with other disciplines. The methodology created was based on the use of scenes and collective construction through open dialogue with students after the exhibition. As a means of analyzing the potential, open and closed questionnaires were carried out and practical work with cinematographic language was proposed, where students were free to expose their eyes from a scene chosen in group and presented by themselves. As a result, they highlighted the students' responses to the questionnaires as well as the problems, limits and challenges experienced during the development of the project in schools.