O objetivo do presente estudo foi avaliar a influência do remanescente de cimentos temporários no interior do canal radicular na resistência de união de pinos de fibra de vidro e cimento resinoso. Trinta e duas raízes de incisivos centrais superiores foram padronizadas em 15 mm e os canais instrumentados com Reciproc R50 e obturados com cone único R50 e AH Plus. Foram removidos 10 mm do material obturador com condensador de Schilder aquecido, deixando 5 mm apicais de material obturador. As raízes foram aleatoriamente distribuídas em 4 grupos (n=8). O grupo controle teve o conduto preparado com broca de acordo com o diâmetro do pino (DC #1, FGM, Joinvile, Brasil), irrigação com 5 mL de água destilada e recebeu a cimentação do pino de fibra de vidro com cimento resinoso autoadesivo imediatamente após a obturação do canal radicular. Para as raízes dos demais grupos, foram confeccionados núcleos com retentores intrarradiculares provisórios cimentados com diferentes cimentos temporários: à base de resina metacrilato (Bifix Temp - Voco), à base de hidróxido de cálcio (Provicol - Voco) e à base de óxido de zinco livre de eugenol (Relyx Temp NE - 3M). Após 7 dias, foi realizado a remoção mecânica dos retentores provisórios, preparo, irrigação do conduto e cimentação do pino de fibra de vidro, seguindo o mesmo protocolo realizado no grupo controle. As raízes foram seccionadas, obtendo 3 slices por terço. O corte mais cervical de cada terço foi submetido ao teste de pus-hout e análise do padrão de falha, e o corte mais apical submetido à análise da interface adesiva em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os dados de RU foram comparados entre grupos utilizando o teste ANOVA dois critérios com pós-teste de Tukey. Os resultados do padrão de falha foram expressos em porcentagem e comparados entre grupos por meio do teste qui-quadrado e os dados da adaptação do material na interface adesiva foram avaliados por meio dos testes de Kruskal-Wallis e Dwass-Steel-Critchlow-Fligner. Os resultados evidenciaram maior RU no terço cervical, com maior valor nos grupos controle (10,8 ± 0,94) e Bifix Temp (9,78 ± 0,71), sem diferença estatisticamente significante entre eles (P>0,05). Os terços médio e apical não apresentaram diferença estatisticamente significante (P>0,05). Em relação ao tipo de falha, observou-se maior percentual de falhas adesivas mistas para todos os grupos avaliados. A análise da interface adesiva por MEV mostrou que o cimento temporário Bifix Temp apresentou maior adaptação na interface adesiva. Concluiu-se que o cimento temporário à base de resina metacrilato apresentou maior resistência de união e adaptação à dentina radicular do que os cimentos temporários à base de óxido de zinco e hidróxido de cálcio.

The present study aimed to evaluate the influence of different temporary cements on the bond strength of fiberglass posts and resin cement. Thirty-two maxillary central incisor roots were standardized at 15 mm and the root canals were prepared with Reciproc R50 and filled with a R50 single cone and AH Plus. Ten mm of filling material was removed with a heated Schilder condenser, leaving 5 mm of apical filling material. The roots were randomly distributed into 4 groups (n=8). The control group had the root canal prepared with a standard drill according to the post diameter (DC #1, FGM, Joinville, Brazil), irrigated with 5 mL of distilled water and immediately received the fiberglass post cemented with self-adhesive resin cement. For the other groups, cores were made with temporary intraradicular retainers cemented with different temporary cements: based on methacrylate resin (Bifix Temp - Voco), based on calcium hydroxide (Provicol - Voco) and based on zinc oxide-free eugenol (Relyx Temp NE - 3M). After 7 days, mechanical removal of the temporary retainers, preparation, irrigation of the root canal and cementation of the fiberglass post were performed, following the same protocol performed in the control group. The roots were sectioned, obtaining 3 slices per root third. The most cervical section of each third was used for the push-out test and failure pattern analysis, while the most apical section was subjected to analysis of the adhesive interface in scanning electron microscopy (SEM). The BS data were compared between groups using the two-way ANOVA and Tukey's post-test. The failure pattern results were expressed in percentage and compared between groups using the chi-square test and the material adaptation data in the adhesive interface were evaluated using the Kruskal-Wallis and Dwass-Steel-Critchlow-Fligner tests. The results showed higher BS in the cervical third, with a higher value in the control group (10.8 ± 0.94) and Bifix Temp group (9.78 ± 0.71) groups, with no statistically significant difference between those groups (P>0.05). The middle and apical thirds showed no statistically significant difference (P>0.05). Regarding the type of failure, a higher percentage of mixed adhesive failures was observed for all groups. The analysis of the adhesive interface by SEM showed that the temporary cement Bifix Temp showed greater adaptation in the adhesive interface. It was concluded that the temporary cement based on methacrylate resin presented greater bond strength and adaptation to root dentin than the temporary cements based on zinc oxide and calcium hydroxide.