O câncer do colo uterino é um grave problema de Saúde Pública mundial, sendo o terceiro tipo mais prevalente no Brasil. O tratamento preconizado para a doença localmente avançada é radioquimioterapia, incluindo braquiterapia. A paciente submetida a esse tratamento vivencia experiências físicas e emocionais que influenciam diretamente na sua qualidade de vida (QV) antes, durante e depois do tratamento. Este estudo avaliou a QV das pacientes com câncer do colo uterino submetidas a braquiterapia (bidimensional - 2D e tridimensional - 3D), através dos questionários QLQ-C30 e QLQ-CX24. Foi realizado um estudo prospectivo em 76 pacientes, onde suas QV foram avaliadas em 5 momentos (antes do tratamento e 1, 3, 6 e 12 meses após). A QV entre os grupos de tratamento foi avaliada de forma independente pelo teste de Bonferroni e a avaliação das variáveis demográficas, clínicas, e de qualidade de vida entre os grupos de tratamento 2D e 3D foi realizada pelo teste qui-quadrado de Pearson ou teste exato de Fisher. O tratamento 2D foi realizado em 54 pacientes e, em 22, pelo método 3D. O tipo histopatológico mais frequente foi o carcinoma escamoso (60,5%) e o estadiamento mais prevalente foi IIB, correspondendo a 27,6%. Ao longo do tempo houve melhora da QV nos aspectos de função física, papel funcional, função social, função emocional, aspecto financeiro e estado global de saúde. Quanto ao QLQ-C30, foi observado que as pacientes apresentaram melhora dos sintomas de fadiga, perda de apetite, dor e náusea e vômito. Quanto ao QLQ-CX24, nossos resultados demonstraram melhora em relação aos sintomas pélvicos e da menopausa, além da melhora de neuropatia periférica. Não foi observada influência do tipo de braquiterapia realizada na QV das pacientes, sendo registrada a prevalência de disfunção sexual, conferida pelo aumento da preocupação sexual, sintomas da menopausa, redução do prazer, da função sexual e vaginal, controversamente associados a um aumento da atividade sexual

Cervical cancer is a serious public health problem worldwide, being the third most prevalent type in Brazil. The recommended treatment for locally advanced disease is radiochemotherapy, including brachytherapy. The patient undergoing this treatment experiences physical and emotional distresses that directly influence their quality of life (QoL) before, during and after treatment. This study evaluated the QoL of patients with cervical cancer who underwent brachytherapy (bidimensional - 2D and tridimensional - 3D) using the QLQ-C30 and QLQ-CX24 questionnaires. A prospective study was carried out in 76 patients, where their QoL was evaluated in 5 moments (before treatment and 1, 3, 6 and 12 months after). QoL between treatment groups was assessed independently by Bonferroni's test. Assessment of demographic, clinical, and quality of life variables between 2D and 3D treatment groups was performed by Pearson's chi-square test or Fisher's exact test. The 2D treatment was performed in 54 patients and in 22 with the 3D method. The most frequent histopathological type was squamous cell carcinoma (60.5%) and the most prevalent stage was IIB, corresponding to 27.6%. Over time, there was an improvement in QoL in terms of physical function, functional role, social function, emotional function, financial aspect and global health status. Using the QLQ-C30, it was observed that the patients showed improvement in the symptoms of fatigue, loss of appetite, pain and nausea and vomiting. The QLQ-CX24 demonstrated improvement of pelvic and menopausal symptoms, in addition to improvement in peripheral neuropathy. There was no influence of the type of brachytherapy performed on the patients' QoL, with the prevalence of sexual dysfunction being recorded, with increased sexual concern, menopausal symptoms, reduced pleasure, sexual and vaginal function, controversially associated with increased sexual activity