Este trabalho tem como objetivo investigar os impactos que ver-se em imagens libertadoras produz na subjetividade de mulheres negras. Por imagens libertadoras entendemos aquelas que alforriam as mulheres negras dos estereótipos de raça e gênero que, há séculos, estão presentes no nosso imaginário. Intencionalmente, as fotografias utilizadas foram produzidas por fotógrafas negras, brasileiras e contemporâneas, a fim de verificarmos como essa identificação atua na produção de imagens. Trabalhamos, portanto, com projetos fotográficos produzidos pelas fotógrafas Cat Tenório (pertencente ao Coletivo CATSU), Helen Salomão, Mariana Ser e Pretícia Jerônimo e, além de entrevistá-las, entrevistamos também outras quatro mulheres, cada uma fotografada em um projeto, que foram indicadas pelas respectivas fotógrafas. Para essa investigação, nos valemos das teorias formuladas por bell hooks, Grada Kilomba e Patricia Hill Collins, e utilizamos a interseccionalidade como ferramenta analítica das opressões. Com isso, concluímos que as imagens libertadoras produzem impactos positivos na subjetividade das mulheres negras, pois afirmaram a sua dignidade, beleza e potência, conduzindo-as para a estabilidade do amor próprio, que faz com que recusem as imagens aprisionantes do racismo.

This paper aims to investigate the impacts that seeing oneself in liberating images produces in the subjectivity of black women. By liberating images we mean those that free black women from race and gender stereotypes that, for centuries, have been present in our imagination. Intentionally, the photographs used were produced by black, Brazilian, contemporary photographers, in order to verify how this identification acts in the production of images. We worked, therefore, with photographic projects produced by the photographers Cat Tenório (belonging to the CATSU Collective), Helen Salomão, Mariana Ser and Pretícia Jerônimo and, besides interviewing them, we also interviewed four other women, each one photographed in a project, who were indicated by the respective photographers. For this investigation, we made use of the theories formulated by bell hooks, Grada Kilomba and Patricia Hill Collins, and used intersectionality as an analytical tool of oppressions. With this, we conclude that liberating images produce positive impacts on the subjectivity of black women, since they affirm their dignity, beauty and power, leading them to the stability of self-love, which makes them refuse the imprisoning images of racism.