A qualidade ambiental interna visa trazer melhorias aos espaços internos para que estes promovam a qualidade de vida, saúde e bem-estar dos ocupantes de escritórios e outras tipologias de edificações. O presente trabalho teve por objetivo verificar a qualidade do ar interno, com ênfase no CO2 e particulados, conforto térmico e lumínico em um escritório corporativo e associá-lo ao absenteísmo e presenteísmo de seus ocupantes. Através da Avaliação Pós-Ocupação (APO), foram realizadas visitas guiadas, medições e pesquisas com os ocupantes do estudo de caso para constatar se o ambiente interno estava adequado às normas e legislações vigentes e pertinentes. Pensando no aprofundamento deste estudo, a pesquisa foi realizada em dois períodos, sendo dois dias no inverno e dois no verão. Os resultados mostraram que o espaço excedia as concentrações de CO2 em determinados momentos, o que pode estar relacionado com os sintomas de cansaço, dores de cabeça e sonolência dos ocupantes. Em relação aos particulados, apesar dos ocupantes relatarem alergias respiratórias, o ambiente se mostrou com concentrações abaixo do limite das normas e legislações. Sobre o conforto térmico, as medições coincidiram com a resposta dos ocupantes, onde a insatisfação calculada se mostrou maior no verão (PPD = 37%) do que no inverno (PPD = 7%. Os parâmetros de conforto térmico se mostraram similares nas medições realizadas tanto no inverno quanto no verão, com exceção das vestimentas das pessoas, onde no inverno foi obtido uma média de 0,79clo contra 0,42clo no verão. Em relação ao desconforto térmico localizado, apenas a velocidade do ar se mostrou acima do recomendado em algumas estações de trabalho, o que também foi identificado nas respostas do questionário. Referente ao conforto lumínico, a iluminação natural e artificial medidas se mostraram conforme em relação às normas técnicas apesar de algumas mesas de trabalho, três no inverno e duas no verão, demonstrarem iluminância um pouco abaixo dos 500lux requeridos para o tipo de atividade exercida no escritório. Além disso, apesar dos respondentes da pesquisa apontarem sentir-se sonolentos (27% - inverno; 23% - verão) durante as horas de trabalho, a iluminação circadiana ficou acima dos 150 EML recomendados em todas as estações de trabalho. Já o absenteísmo por motivos de saúde calculado foi de 2,34% no inverno e 1,06% no verão. O presenteísmo calculado ficou em 2,20% no inverno e no verão 1,02%, com a ressalva de que o presenteísmo calculado no inverno foi geral, incluindo outros fatores que não somente o desconforto no ambiente e motivos de saúde. Ao final desta pesquisa foi feita uma proposição de melhorias para que o espaço possa aprimorar a qualidade ambiental interna no que tange à qualidade do ar (CO2 e particulados), conforto térmico e lumínico. Algumas das propostas sugeridas foram a instalação de sensores de CO2, aumento da renovação de ar do escritório, permitir maior controle da temperatura e iluminação pelos ocupantes, implementar um plano de operacionalização do setpoint do sistema de ar condicionado e aplicação semestral de questionários de satisfação. Desta forma, é possível concluir que o objeto deste estudo atende às normas e legislações vigentes quanto à qualidade do ar interno, conforto térmico e lumínico com dois pontos de atenção que seriam as concentrações de CO2 e a velocidade do ar interno em algumas estações de trabalho.

The indoor environmental quality aims to bring improvements to internal spaces so that they promote the quality of life, health and well-being of the occupants of offices and other types of buildings. The present work aimed to verify the indoor air quality, with emphasis on CO2 and particulates, thermal and lighting comfort in a corporate office and to associate it with the absenteeism and presenteeism of its occupants. Through the Post Occupancy Evaluation (POE), guided visits, measurements and surveys were carried out with the occupants of the case study to verify if the internal environment was adequate to the current and pertinent norms and legislation. Thinking about the deepening of this study, the research was carried out in two periods, two days in winter and two in summer. The results showed that the space exceeded CO2 concentrations at certain times, which may be related to the occupants' symptoms of fatigue, headaches and drowsiness. In relation to particulates, despite the occupants reporting respiratory allergies, the environment showed concentrations below the limit of norms and legislation. Regarding thermal comfort, the measurements coincided with the response of the occupants, where the calculated dissatisfaction was higher in summer (PPD = 37%) than in winter (PPD = 7%). The thermal comfort parameters were similar in the measurements performed both in winter and in summer, with the exception of people's clothing, where an average of 0.79clo was obtained in the winter against 0.42clo in the summer. Regarding localized thermal discomfort, only the air speed was above the recommended level in some workstations, which was also identified in the questionnaire responses. Regarding lighting comfort, the natural and artificial lighting measures were in accordance with the technical standards, although some work tables, three in winter and two in summer, showed illuminance slightly below the 500lux required for the type of activity performed in the desk. Furthermore, despite survey respondents reporting feeling sleepy (27% - winter; 23% - summer) during working hours, circadian lighting was above the recommended 150 EML at all workstations. The calculated absenteeism for health reasons was 2.34% in winter and 1.06% in summer. The calculated presenteeism was 2.20% in the winter and 1.02% in the summer, with the exception that the calculated presenteeism in the winter was general, including factors other than the discomfort in the environment and health reasons. At the end of this research, a proposal for improvements was made so that the space can improve the indoor environmental quality in terms of air quality (CO2 and particulates), thermal and lighting comfort. Some of the suggested proposals were the installation of CO2 sensors, increased indoor air renewal in the office, allowing greater control of temperature and lighting by the occupants, implementing an operational plan for the setpoint of the air conditioning system and six-monthly application of satisfaction questionnaires. In this way, it is possible to conclude that the object of this study complies with current norms and legislation regarding indoor air quality, thermal and lighting comfort with two points of attention that would be CO2 concentrations and indoor air speed in some workstations.