Incidentes de segurança do paciente são uma triste realidade e podem estar relacionados às condições latentes existentes na arquitetura hospitalar e no design dos espaços e instalações. Ambientes barulhentos, desorganizados e lotados também contribuem com a fadiga e esgotamento físico e emocional dos profissionais de saúde. Por tais motivos, os ambientes de assistência à saúde são fatores que contribuem com a falta de adesão dos profissionais às boas práticas de segurança no cuidado ao paciente e, consequentemente, que favorecem os riscos para os incidentes. Portanto, compreender as relações entre as pessoas, as ferramentas que utilizam no seu dia-a-dia de trabalho e o ambiente em que vivem e convivem é essencial para a gestão eficiente dos projetos de arquitetura hospitalar, bem como das instalações, dos equipamentos e das tecnologias fixas e móveis. Objetivo: Compreender como a arquitetura hospitalar e o design dos espaços e instalações podem contribuir com a segurança do paciente, na perspectiva de profissionais de saúde, pacientes e familiares/cuidadores. Método: Pesquisa de natureza qualitativa em que foram empregadas técnicas diversificadas para a coleta e análise de dados, quais sejam: entrevistas semiestruturadas, narração fotográfica e foto elicitation. A pesquisa foi realizada na Unidade Especial de Tratamento de Doenças Infecciosas (UETDI) de um hospital de nível terciário no interior de São Paulo. Participaram do estudo, 11 profissionais de saúde, um paciente e um acompanhante. A investigação ocorreu em três fases. Na primeira foram realizadas entrevistas semiestruturadas face-a-face com a finalidade de conhecer as potencialidades e fragilidades relacionadas à arquitetura hospitalar e ao design dos espaços envolvendo a segurança do paciente e dos profissionais. A partir da análise de conteúdo, uma lista contendo aspectos positivos e negativos da arquitetura hospitalar e do design dos espaços e instalações foi desenvolvida, a qual foi utilizada para nortear a narração fotográfica na segunda fase da pesquisa, a qual teve o propósito de elucidar, por meio de imagens e das narrativas dos participantes, o contexto das fotografias. Na terceira fase, as imagens obtidas foram expostas aos entrevistados da primeira fase com o intuito de propor soluções acerca do design das instalações da UETDI. A coleta e a análise dos dados ocorreram de maneira interativa, segundo a orientação teórica da Teoria Ambientalista de Florence Nightingale. Resultados: Na percepção dos profissionais de saúde e usuários da UETD, a arquitetura hospitalar e o design dos espaços e instalações tanto contribui com a segurança dos pacientes, como também favorecem os riscos para os danos relacionados aos cuidados em saúde. Os resultados permitiram a identificação de dois grandes temas e nove categorias. Conclusão: Os resultados permitiram a compreensão do papel da arquitetura hospitalar e do design dos espaços e instalações na manutenção da segurança do paciente, mas também dos potenciais riscos para os eventos adversos, na perspectiva de profissionais de saúde, pacientes e familiares/cuidadores. Ademais, sugestões de mudanças foram propostas e poderão nortear a propositura de futuros projetos de arquitetura para saúde.

Security incidents of patients are a very sad reality and can be related to existing latent conditions in the hospital architecture and to the design of the spaces and installations. Noisey, disorganised and crowded environments can also contribute with the fatigue and emotional exhaustion of the health professionals. For these motives, the health care surroundings are factors that contribute with a lack of professional adhesion to good security practices in the care of patients and, consequently, favors the risks for the incidents. Therefore, to understand the relations between people, the tools they use in their day to day of work and the surroundings in which they live and share is essential for the efficient management of the hospital architectural projects, as well as the installation of equipment and of fixed and mobile technologies. Objective: Understand how the hospital architecture and the design of spaces and installations can contribute with the security of the patient, in the perspective of the health professionals, patients and family\caregivers. Method: The study was qualitative by nature in which diversified techniques were employed for data collection and analysis, which were semistructured interviews, photographic narrative and photographic elicitation. The study was carried out in a Special Unit for the Treatment of Infectious Diseases in a tertiary level hospital in the interior of the State of São Paulo. The participants of the study were 11 health professionals, a patient and a companion of a patient. The study ocurred in three phases. In the first phase semistructured face to face interviews were carried out with the objective of getting to know the possibilities and frailties related to the hospital architecture and the design of the spaces involving the security or the patients and professionals. From the content analysis, a list containing positive and negative aspects of the hospital architecture and the design of the spaces and installations was developed, which was utilized to guide the photographic narrative of the second phase of the study which had the proposal to clarify, through the images and narratives of the participants the context of the photographs. In the third phase, the obtained images were shown to the people interviewed in the first phase with the intent to propose solutions concerning the design of the installations of the Special Unit for the Treatment of Infectious Diseases. The collection and analysis of data occurred in an interactive way, according to the theoretical orientation of the Environmental Theory of Florence Nightingale. Results: In the perception of the health professionals and users of the of the Special Unit for the Treatment of Infectious Diseases, the hospital architecture and the design of the spaces and installations as much as for the security for the patients as well as favoring the risks for the damages related to heath care. The result allow the identification of two great themes and nine categories. Conclusion: The results allowed the understanding of the role of hospital architecture and of the design of the spaces and installations in the maintenance of patient security, as well as the potential risks for adverse events, in the perspective of health professional and family members/caretakers. Besides, suggestions for proposals of architecture for health change there were also proposals that could stear the purpose of future projects of architecture for health.