O vidro é um dos materiais melhor adaptados às atuais demandas ambientais da sociedade. É inerte e, portanto, ideal para embalagens. Como garante a não reação após o uso, é 100% reciclável, sendo que 1 kg de vidro que já tenha cumprido sua função em qualquer uma dentre a infinidade de produtos a que se destina pode retornar ao processo e se transformar em 1 kg de vidro novo, com as mesmas características e propriedades do vidro original. Além disso, produzir vidro novo a partir de vidro usado exige menor aporte energético em relação ao necessário com o uso de matérias-primas novas, o que acarreta menor emissão de gases e poeira, e maior longevidade dos equipamentos industriais. Outra grande vantagem da reciclagem de vidros é que ela reduz a necessidade de extração de minerais naturais como fonte de matérias-primas, o que por outro lado também reduz a quantidade de rejeitos minerais. Embora o vidro disposto em aterros sanitários não gere nenhum subproduto tóxico devido a sua inércia química, ele ocupa espaço e gera custos operacionais, principalmente de transporte. A reciclagem dos vidros é, portanto, por todos esses motivos, praticada com muito entusiasmo pelos envolvidos na indústria vidreira. Porém, os contaminantes misturados ao caco frequentemente geram problemas à produção, o que obriga as vidrarias a realizarem operações de beneficiamento que garantam a limpeza a um nível aceitável. Este trabalho teve como objetivos identificar os contaminantes originados do caco que interferem na qualidade do vidro e estudar o impacto dessas contaminações no processo de fabricação do vidro. Através da identificação e quantificação dos contaminantes foi possível compreender que os defeitos do caco externo impactam a produção de vidro de embalagem, sendo de grande importância a qualidade do caco beneficiado. Os métodos utilizados para análise por MEV/EDS foram eficientes e quase suficientes para caracterizar os defeitos.

Glass is one of the materials best adapted to society's current environmental demands. It is inert and, therefore, ideal for packaging. As it guarantees nonreaction after use, it is 100% recyclable, and 1 kg of glass that has already fulfilled its function in any of the countless products for which it is intended can return to the process and become 1 kg of glass new, with the same characteristics and properties as the original glass. In addition, producing new glass from used glass requires less energy input than is required with new raw materials, which results in less gas and dust emissions and greater longevity of industrial equipment. Another great advantage of glass recycling is that it reduces the need to extract natural minerals as a source of raw materials. On the other hand, it also reduces the amount of mineral waste. Although glass disposed of in landfills does not generate any toxic by-products due to its chemical inertia, it takes up space and generates operational costs, mainly due to transport. Glass recycling is, therefore, for all these reasons, practiced with great enthusiasm by those involved in the glass industry. However, contaminants mixed with the cullet often cause production problems. This obliges glassworks to conduct processing operations that guarantee cleaning at an acceptable level. This work aimed to identify the contaminants from the cullet that interfere with the quality of the glass and to study the impact of these contaminations on the glass manufacturing process. Trough the identification and quantification of contaminants, it was possible to understand that the defects of the external cullet impact on the production of glass packaging, being of great importance the quality of the cullet processed. The methods used for analysis by SEM/EDS were efficient and almost sufficient to characterize the defects.