A desigualdade sócio-espacial e a morosidade na expansão das redes de transporte público coletivo de alta e média capacidade sobre trilhos colocam a compreensão da formação, ritmos e agenciamentos da Rede Metropolitana de Transportes como questões de primeira grandeza no campo do planejamento urbano e regional. A problemática da Tese: o desenvolvimento desigual da Rede Metropolitana de Transportes (RMT) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) entre 1867 e 2022. O trabalho visa contribuir para uma futura superação da abordagem fragmentada dos estudos (transporte versus imobiliário; trem versus metrô). Os objetivos: 1) compreender a formação discursiva duma mentalidade de governo economizada, sob dominância de temas, preocupações e propostas econômicas; 2) entender os modelos de produção do espaço e provisão de infraestruturas, de transportes metroferroviários e de negócios imobiliários; 3) revelar os lugares, tempos e ritmos heterogêneos na produção, circulação e realização da metrópole e do metropolitano. A hipótese: no bojo duma estratégia histórica de reforma neoliberal do Estado, as táticas de privatização do patrimônio estatal (agenciamento imobiliário, concessões, PPPs) produzem movimentos retóricos e mudanças espaciais na RMT, com o mote de superar a arritmia crônica e a dependência financeira. O método combina aportes teóricos do marxismo humanista (Lefebvre, entre outros) e do estruturalismo (Foucault, entre outros) numa abordagem histórica, materialista e dialética. O material estudado inclui, principalmente: revisão bibliográfica, levantamento e análise documental e discursiva, além de materiais iconográficos (mapas e fotos) e espacialização de dados (Google Earth). A Tese está estruturada em três partes que, por sua vez, estão divididas em itens e subitens. Cada Parte corresponde a um período no qual identificamos a dominância dum certo modelo de sociedade (arqueoliberalismo, desenvolvimentismo, neoliberalismo). Que discorrem sobre: a mentalidade de governo (2, 6, 10); o modelo de negócio (3, 7, 11) e as transformações decorrentes na geografia da metrópole paulista (4, 8, 12). Mais as considerações de cada parte e finais (5, 9, 13, 14) que sintetizam os principais argumentos. O avanço da privatização do patrimônio estatal (e do agenciamento imobiliário) produz uma retórica de inovação capitalista no setor metroferroviário mas não a esperada superação da arritmia crônica nem da dependência financeira históricas das empresas e da rede como um todo.

Socio-spatial inequality and the delay in the expansion of public transport networks of high and medium capacity on rails make the understanding of the formation, rhythms and agencies of the Metropolitan Transport Network as issues of the first magnitude in the field of urban and regional planning. The thesis' problem: the uneven development of the Metropolitan Transport Network (RMT) in the Metropolitan Region of São Paulo (RMSP) between 1867 and 2022. The work aims to contribute to a future overcoming of the fragmented approach of studies (transport versus real estate; train versus subway). The objectives: 1) understand the discursive formation of an economized government mentality, under the dominance of themes, concerns and economic proposals; 2) understand the models of space production and provision of infrastructure, metro-rail transport and real estate business; 3) reveal the heterogeneous places, times and rhythms in the production, circulation and realization of the metropolis and the metropolitan. The hypothesis: in the midst of a historic strategy of neoliberal reform of the State, the tactics of privatization of state assets (real estate agency, concessions, PPPs) produce rhetorical movements and spatial changes in the RMT, with the motto of overcoming chronic arrhythmia and financial dependence. The method combines theoretical contributions from humanist Marxism (Lefebvre, among others) and structuralism (Foucault, among others) in a historical, materialist and dialectical approach. The material studied mainly includes: bibliographical review, documentary and discursive survey and analysis, as well as iconographic materials (maps and photos) and data spatialization (Google Earth). The Thesis is structured in three parts which, in turn, are divided into itens and subitens. Each Part corresponds to a period in which we identify the dominance of a certain model of society (archaeoliberalism, developmentalism, neoliberalism). Which discuss: the government mentality (2, 6, 10); the business model (3, 7, 11) and the resulting transformations in the Geography of the metropolis (4, 8, 12). Plus the considerations of each part (5, 9, 13, 14) which sintetize the main arguments. The advance of the privatization of state assets (and real estate agency) produces a rhetoric of capitalist innovation in the metro-railway sector, but not the expected overcoming of chronic arrhythmia or the historical financial dependence of companies and the network as a whole.