Na década de 1970, o arquiteto nova-iorquino John Hejduk (1929-2000) começa a elaborar suas Máscaras, série de projetos aqui interpretada como um método e uma bifurcação disciplinar na arquitetura do século XX. Para se libertar de protocolos racionalistas e da ideia de uma função social que atribui uma positividade inerente à prática da arquitetura, Hejduk opera uma mineração histórica resgatando uma série de procedimentos e aspectos simbólicos da disciplina que teriam sido gradualmente abandonados na modernidade. Em busca de uma outra arché, Hejduk faz de suas Máscaras um programa-narrativo, irrigado por disciplinas complementares, como a pintura, a literatura, o cinema; e por 46 anos de experiência didática, marcada por mais de três décadas de ensino na Escola de Arquitetura da Cooper Union. Esta pesquisa traça relações entre a primeira fase de sua carreira, associada ao grupo Five Architects e a segunda fase, pessimista, associada às Máscaras, observando como o arquiteto faz colapsar o espaço de suas casas-paredes nas faces de suas Máscaras. Há um contínuo processo de disjunção linguística nos diferentes momentos de sua obra, que começa pelos elementos primários da arquitetura e se estende para a esquematização e o esvaziamento de tipologias históricas por meio de seus Objetos/Sujeitos. Enquanto as Máscaras articulam argumentos satíricos e enigmáticos, conjugando textos e desenhos, esta pesquisa busca identificar seus procedimentos e estabelecer um índice de atores e personagens de seu elenco, na ingênua expectativa de clarificar o modus operandi de seu criador.

In the 1970s, the New Yorker architect John Hejduk (1929-2000) began to develop his Masques, a series of projects interpreted in this research as both a method and a disciplinary bifurcation in 20th century architecture. To free himself from rationalist protocols and from the idea of a social function that attributes an inherent positivity to the practice of architecture, Hejduk operates a historical mining, recovering a series of procedures and symbolic aspects of the discipline that were gradually abandoned in modernity. In search of another arché, Hejduk turns his Masques into a narrative programme, irrigated by complementary disciplines, such as painting, literature, cinema and 46 years of pedagogical experience in over three decades of teaching at Cooper Union's School of Architecture. This research traces relationships between the first phase of his career, associated with the Five Architects group, and the second, the pessimistic phase, associated with the Masques, observing how the architect collapses the space of his wall-houses into the faces of his Masques. There is a continuous process of linguistic disjunction in the different phases of his work, which begins with the primary elements of architecture and extends to the schematization and emptying out of historical typologies through his Objects/Subjects. The Masques articulate satirical and enigmatic arguments, combining texts and drawings. This research seeks to identify its procedures and establish an index of actors and characters in its cast, in the naive expectation of clarifying its creators modus operandi.