Essa pesquisa tem como objetivo avaliar a implementação de espaços controlados na cidade a partir do estudo da implantação do empreendimento Jardim das Perdizes, lançado em 2013 na região da Água Branca, em São Paulo, em uma grande área vazia, conhecida como gleba da TELESP, sob a responsabilidade da construtora Tecnisa. A primeira versão do projeto do empreendimento, desenvolvido a partir da aquisição da gleba, em 2006, indicava o fechamento de toda a área para implantação de um grande condomínio fechado. Entretanto, durante o processo de aprovação junto à prefeitura, optou-se pelo parcelamento da gleba. Com isso, houve a definição de lotes privados, para a construção de projetos independentes, na maioria condomínios residenciais fechados. E a demarcação de espaços públicos, com destaque para um parque localizado no centro do loteamento. Esta condição impedia a instalação de barreiras físicas, como portões ou guaritas, para o acesso ao empreendimento. Apesar do Jardim das Perdizes ter sido desenvolvido como um loteamento, a intenção de controle do empreendimento pelos seus responsáveis se manteve, já que a comercialização e ocupação dos espaços é um processo que ainda está em andamento. Dessa forma, a implementação do controle dos espaços no Jardim das Perdizes ocorreu a partir da articulação do controle pelo acesso e pela vigilância. O controle pelo acesso foi baseado na definição do desenho do parcelamento da gleba, apoiada em uma rígida setorização dos usos. O controle pela vigilância ocorreu com a utilização da tecnologia das câmeras, distribuídas em todos os espaços, junto ao corpo de segurança privada. Nesse sentido, a manutenção dos interesses privados no Jardim das Perdizes, que foi anunciado como um bairro novo na cidade, é desenvolvido a partir do controle dos espaços públicos e privados do empreendimento que está inserido em um contexto urbano.

This research aims to evaluate the implementation of controlled spaces in the city through the study of the development of Jardim das Perdizes, launched in 2013 in the Água Branca region of São Paulo, in a large vacant area known as the TELESP plot, under the responsibility of the construction company Tecnisa. The initial version of the project, developed from the acquisition of the land, in 2006, proposed enclosing the entire area in order to create a large gated condo. However, along the approval process at the town hall, it was opted to divide the area the area into smaller lots. Consequently, there were the assignment of private properties for independent building purposes, mostly consisting of residential gated condos. Furthermore, the public spaces land prescription, with emphasis for a park located at the center of the area. This situation prevented physical barriers from occurring, such as gates or security cabins in order to have the access granted. Although the area of the Jardim das Perdizes has been developed as fractionated real state, the intention of control for its owners remained, since the area commercialization is an undergoing process. Consequently, the achievement of Jardim das Perdizes control came to happen by the joint of access control and surveillance. The access control was based on the subdivision drawings, supported by a rigid occupation sectorization. The control by the surveillance was achieved using cameras distributed throughout the place, alongside the use of private security personnel. In that regard, the hold of private interests at the Jardim das Perdizes, that were announced as a new district in the city, is carried out by controlling both public and private spaces of the development, which is integrated into an urban context.