As climate changes, scientists expect that some parts of the earth will experience a growth in the frequency and intensity of droughts. This doctoral dissertation consists of two studies exploring possible health issues that might arise from an increase in water scarcity. In the first study, we investigate the effects of abrupt measures implemented by the water company of the Metropolitan Region of São Paulo to cope with an unexpected drought that affected the region during 2014 and 2015. Even though the company manages a robust water and sanitation system, the severity of the drought drove the local water supply services to the brink of a collapse, and a series of strict measures had to be implemented to guarantee the supply to the population. During this drought, an important measure was to reduce the water pressure within the distribution network to avoid losses through leakage points. Our analysis suggests that, although important, this policy had the unexpected consequence of increasing the hospitalization by fecal-oral transmitted diseases. Consistent with the literature, we find evidence that the low-income children and elderly were the most affected groups. Analyzing variations in bottled water prices, we also find evidence that the population engaged with defensive behaviors against the water supply issues, which seems to have influenced the observed health outcomes. In the second study from this dissertation, we discuss another consequence of water scarcity that arises in places that, like Brazil, rely on hydroelectric power plants to supply their energy demand. In these regions, a drought might shift the energy production toward a more intensive use of thermoelectric power. Mounting evidence suggests that this energy source has a negative impact on the health outcomes of the population, and coal-fueled power plants are usually at the center of discussion due to their high emission rates. Still, other types of thermoelectric power plants might also be harmful to the health of the surrounding population. In this work, we investigate if different types of thermoelectric power plants affect the health of the population living nearby. We find evidence that coal-fired power plants are the most harmful for health, increasing the infant mortality rate in nearby communities. Our findings also robustly suggest that female children are more affected than males, but the results are probably underestimated, since we also find evidence of fetal selection.

Cientistas acreditam que, com as mudanças climáticas, algumas regiões da terra irão observar um aumento na frequência e na intensidade de secas. Esta tese de doutorado consiste em dois estudos que exploram os possíveis problemas de saúde que podem surgir com um aumento da escassez hídrica. No primeiro estudo, investigamos os efeitos de medidas implementadas repentinamente pela companhia de água da Região Metropolitana de São Paulo para lidar com uma seca inesperada que atingiu a região em 2014 e 2015. Apesar de a infraestrutura de água e saneamento da região ser robusta, a seca foi tão intensa que levou o sistema para a beira do colapso, e a empresa de água precisou implementar uma série de medidas restritivas para garantir a continuidade do abastecimento. Uma importante medida desse período foi a redução da pressão da água na rede de distribuição para evitar vazamentos por pontos de fratura da tubulação. Nossa análise sugere que, apesar de importante, essa política teve o resultado inesperado de aumentar o número de hospitalizações por doenças de transmissão feco-oral. Alinhado às conclusões da literatura, nossos resultados sugerem que os grupos mais afetados são crianças e idosos de baixa renda. Analisando heterogeneidades espaciais na variação do preço de garrafas de água mineral, encontramos evidências de que a população adotou um comportamento defensivo para se proteger dos problemas relacionados ao abastecimento de água. Essas ações defensivas parecem ter afetado os indicadores de saúde observados na região. No segundo estudo desta tese, discutimos uma outra consequência da escassez de água que surge em regiões que, assim como o Brasil, tem grande dependência de usinas hidrelétricas. Nesses lugares, uma seca pode impactar a matriz energética levando a uma maior dependência de usinas termelétricas. Evidências sugerem que esse tipo de energia pode afetar a saúde da população, e termelétricas movidas a carvão costumam ocupar o centro das discussões pela sua elevada taxa de emissão. Apesar disso, outros combustíveis de termelétricas também podem influenciar indicadores de saúde de comunidades vizinhas. Neste trabalho, avaliamos o impacto de diferentes tipos de termelétricas na saúde da população. Nossos resultados sugerem que as termelétricas a carvão são as mais prejudiciais à saúde, levando a um aumento da mortalidade infantil em regiões vizinhas. Os resultados também são robustos em sugerir que meninas são mais afetadas que meninos. Nesta análise, encontramos ainda evidência de seleção fetal, o que sugere que os resultados observados estão subestimados.