This doctoral dissertation is composed of three articles focused on analyzing international spillovers of monetary policy. The first article investigates the spillover effects of monetary policy among OECD countries. First, it appears that, more recently, monetary policy decisions diverge from those indicated by the Taylor Rule. Thus, the article aims to verify if there is a spillover effect in the interest rate decisions of central banks. We apply the methodological framework of spatial econometrics to circumvent the endogeneity problem. Considering the SAR model and a W weight matrix that shows the trade relationship between countries, it is found that countries take into account the international interest rate, besides considering the differential between inflation and its target and the output gap. In the second article, based on classical DSGE models, we analyze the spillover effects of monetary policy by including the foreign interest rate in the domestic monetary agent's decision process. The model shows that the relationship between domestic and foreign interest rates depends on the parameters used, particularly the intertemporal elasticity of consumption and the country's degree of openness. Considering reasonable values for these parameters, we found a positive relationship between the foreign and domestic rates. Furthermore, in the model estimated for Brazil considering the Taylor Rule with Consumer Price Index (CPI), it was found that a negative shock in the US interest rate generates a drop in the Brazilian rate, stimulating activity and consumption. Therefore, domestic prices rise. However, the CPI declines with the appreciation of the exchange rate, leading to a slow return of the interest rate to the steady state. The third paper seeks to measure the welfare costs generated by the spillover effects of monetary policy. Starting from a non-linear model, we apply the methodology proposed by Schmitt-Grohe and Uribe (2004b) and found that regardless of the importance of the foreign interest rate in domestic decisions, the optimal monetary policy is consistent with an aggressive response of interest rates to inflation and a more mild reaction to the output gap. Comparing different rules, we found some evidence that the central bank incurs social welfare loss when considering the international interest rate. Finally, it is worth noting that the cost depends on the Taylor Rule's coefficients and, to a greater extent, on the degree of openness of the economy.

Esta tese de doutorado é composta por três artigos voltados à análise dos efeitos transbordamento de política monetária internacional. No primeiro artigo, investiga-se a presença desses efeitos entre os países da OCDE. Primeiro, constata-se que, mais recentemente, as decisões de política monetária divergem das indicadas pela Regra de Taylor. Além disso, esses desvios são correlacionados entre diferentes países. Diante desses fatos, o artigo visa verificar se existe efeito transbordamento nas decisões de taxa de juros dos bancos centrais. Para contornar o problema da endogeneidade e o fato de que as relações entre os países são distintas, utiliza-se o arcabouço metodológico da econometria espacial. Considerando o modelo SAR e uma matriz de pesos W que mostra a relação comercial entre os países, encontra-se que além da taxa inflação e do hiato do produto, os países levam em conta as taxas de juros internacionais nas decisões de política monetária. No segundo artigo, tendo como base os modelos clássicos de DSGE, analisa-se a presença de efeitos transbordamento de política monetária, através da inclusão da taxa de juros internacional no processo de decisão do agente monetário. O modelo mostra que a relação entre a taxa de juros doméstica e a internacional depende dos parâmetros utilizados, em especial, da elasticidade intertemporal de consumo e do grau de abertura do país. Considerando valores razoáveis para estes parâmetros, encontra-se uma relação positiva entre a taxa de juros externa e a doméstica. Além disso, no modelo estimado para o Brasil considerando a Regra de Taylor para o índice de preços, verificou-se que um choque negativo na taxa de juros americana gera uma queda na taxa de juros brasileira, estimulando a atividade e o consumo. Como consequência, tem-se uma alta dos preços domésticos. No entanto, o índice de preços recua com a apreciação da moeda, levando a uma lenta retomada da taxa de juros ao steady-state. Por fim, o terceiro paper busca mensurar os custos de bem-estar gerado pelos efeitos transbordamento de política monetária. Partindo de um modelo não linear, aplica-se a metodologia proposta por Schmitt-Grohe e Uribe (2004b) e encontra-se que independente da importância da taxa de juros externa nas decisões domésticas, a política monetária ótima é condizente com uma resposta agressiva dos juros à inflação e uma reação mais contida com relação ao hiato do produto. Já comparando as diferentes regras, obtém-se algumas evidências de que ao considerar a taxa de juros internacional, o banco central incorre em perda de bem-estar social. Vale destacar que o custo deste bem-estar depende dos coeficientes da Regra de Taylor e, em maior medida, do grau de abertura da economia.