Apesar do salto, tanto quantitativo quanto qualitativo, apresentado nos últimos anos pelo campo de estudos de gestão em museus, são poucos os trabalhos focados na análise de ferramentas práticas neste sentido, como por exemplo, pesquisas sobre a viabilidade de utilização de metodologias de gerenciamento de projetos em instituições museológicas. Este trabalho pretende atuar como um estímulo à complementação desta lacuna observada, partindo de uma abordagem interdisciplinar sobre o estudo de caso do Museu de Arte do Rio (MAR) e das ferramentas de gerenciamento de projetos utilizadas pelo Instituto Odeon, Organização Social de Cultura (OSC) responsável pela gestão do museu desde sua inauguração até o final de 2020. Pretende-se aqui, explicitar a relevância destas metodologias no planejamento e execução das ações, na integração das equipes, nas melhorias contínuas e na análise dos resultados. Para tal, o trabalho realizou uma pesquisa exploratória, bibliográfica e documental do estudo de caso, dos processos históricos evolutivos da gestão museológica e das metodologias de gestão de projetos, tanto com abordagens tradicionais (PMI) quanto Ágeis (Scrum). A partir da contextualização do estudo de caso desde seu histórico, arquitetura, bases jurídicas e legais e principais diferenciais de seu programa e atuação dentro da Museologia, associados às entrevistas e visitas executadas durante a pesquisa, restrita ao recorte temporal definido pelo período de atuação dos dois Contratos de Gestão acordados entre o Odeon e a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (SMC-RJ), foi possível a análise e cotejamento dos dados a fim de verificar sua viabilidade dentro a hipótese levantada. Como conclusão, se temos por um lado, a comprovação do valor agregador e integrador de tais metodologias, temos por outro, fragilidades relacionadas às disputas políticas em que os equipamentos culturais aparecem cada vez mais como alvos no certame entre obscurantismos radicais, manutenção elitizante do capital cultural e democratização do conhecimento. Ainda assim, as metodologias se mostram como um instrumento de defesa ao atuar nas barreiras funcionais da instituição, permitindo agilidade na comunicação e viabilizando a celeridade das ações, atingindo resultados com qualidade a despeito dos prazos próximos do inexequível.

Despite the quantitative and qualitative spike in recent years in museum management studies, little work has focused on analyzing practical tools in this endeavor, such as studies on the feasibility of using project management methodologies at museum institutions. This paper intends to serve as encouragement to fill this gap found, based on an interdisciplinary approach to a case study on Museu de Arte do Rio (MAR) and of the project management tools used by Instituto Odeon, the Social Culture Organization (or OSC, its acronym in Portuguese) that has been responsible for managing the museum since it was inaugurated in late 2020. The aim here is to explain the relevance of these methodologies in planning and executing actions, integrating teams, making continual improvements and analyzing results. To do this, exploratory, bibliographical and documentary research was done on the case study, looking at historical and evolutionary processes in museum management and project management methodologies, using traditional (PMI) and agile (Scrum) approaches. Analysis and collation of data, in order to certify its feasibility within the hypothesis raised, was made possible by contextualizing the case study based on its history, architecture, legal foundations and the main differences of their program and work within Museum Sciences, done in association with interviews and visits carried out during research, within the timeframe established for the term of execution of the two Management Contracts agreed upon between Odeon and the Municipal Secretariat of Culture of Rio de Janeiro (SMC-RJ). In conclusion, if on the one hand there is proof of the added and integrative value of these methodologies, on the other there are fragilities related to political disputes where cultural equipment seems to increasingly be the target in the debate between instances of radical obscurantism, elitization in maintaining cultural capital and democratization of knowledge. Nevertheless, methodologies prove to be a defensive instrument, by impacting functional barriers at the institution, allowing for agile communications and making swift action viable, achieving results in quality despite timeframes that are almost not feasible.