"Entre Hinos e Bandeiras" tem como reunião um conjunto de trabalhos em artes visuais desenvolvidos por Ana Tomimori entre 2012 e 2016. A série investiga de que forma a subjetividade apropria-se da história e é reinterpretada através da memória da própria artista . Com descendência nipônica e nacionalidade brasileira, a artista propõe uma contra-historia do Brasil, partindo de uma reflexão sobre o como o discurso hegemônico, tanto de estados nacionais quanto através da própria mídia de massa, acabam deixando rastros de um pensamento excludente. Para a pesquisadora Marcia Yumi Takeuchi, "antes de ser pensada em termos de cultura, ou em termos econômicos, a sociedade brasileira foi pensada em termos de raça." (TAKEUCHI, 2004). Entende-se o con-ceito de raça como uma noção criada a partir do colonialismo europeu, que porém atravessa o estado nação atingindo o corpo das gerações atuais. O japonês foi colocado num interstício dentro da racialização de classes, por um lado não passa pelas opressões dos afrodescendentes e comunidades indígenas, por outro sofre um preconceito por não ser branco. Este lugar é pouco explorado no meio intelectual brasileiro. A "Ordem e Progresso" é absorvida por uma visão particular de uma mulher e projetada nestes trabalhos através de 'notas' pouco afinadas para um hino.

"Between hymns and flags" brings together a group of works in visual arts developed by Ana Tomimori between 2012 and 2016. The series investigates how subjectivity ap-propriates history and how it is interpreted through the art-ist's own memories. With Nipponese ancestry and Brazilian nationality, the artist proposes a counter-history of Brazil, starting from a reflection on the hegemonic discourse, both the national states and its own media mess end up leaving traces of an exclusionary thinking. To the researcher Marcia Yumi Takeuchi, "Before being considered in terms of culture, or in economic terms, Brazilian society was thought of in terms of race" (TAKEUCHI, 2004). The concept of race is un-derstood as a notion created from the European colonialism, and go through the nation state reaching the body of current generations. The Japanese was placed in interstices within the class racialization, in one hand it does not pass the oppression of African descent and indigenous communities, on the other suffers a prejudice for not being white. Nowadays, this place is little explored in the Brazilian intellectual envi-ronment. The "Order and Progress" is absorbed by a partic-ular view of a woman and designed in such work through 'notes' little tune for a hymn.