A circulação no trânsito das cidades faz parte da rotina das pessoas, que podem despender tempos consideráveis dentro de automóveis durante seus deslocamentos. Fatores como a emissão de gases provinda do tráfego e a má circulação de ar podem afetar a qualidade ambiental no interior dos veículos e torná-lo prejudicial à saúde de seus ocupantes. Sendo assim, durante vinte dias aleatórios, entre agosto e dezembro de 2013, monitorou-se o ambiente interno de um dos ônibus pertencentes ao sistema de transporte coletivo da cidade de São Carlos. Foram medidos temperatura, umidade relativa do ar, ruído, monóxido e dióxido de carbono, compostos orgânicos voláteis totais (COVT) e material particulado. Os dados encontrados foram analisados baseando-se em distintas normas e padrões. Observou-se também a influência dos parâmetros avaliados na saúde das pessoas, de acordo com a literatura. Dentre as referências consultadas, consideraram-se os valores limites recomendados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (normas NR-15, NR-17 e NHO 01), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Resolução 09/03), pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Resolução 03/90) e pela Organização Mundial de Saúde. A partir dos dados de temperatura e umidade relativa do ar, calculou-se o índice de calor (Heat Index) utilizado pela National Oceanic and Atmospheric Administration dos EUA, para averiguação do conforto térmico. Os resultados mostraram que os níveis de temperatura, umidade relativa, índice de calor e material particulado estiveram, em sua maioria, acima dos valores referenciais. O ruído também constitui um fator preocupante, apesar de os valores encontrados estarem abaixo do limite máximo de 85 dB(A), pois, pesquisas recentes indicam que níveis acima de 60 dB(A) tendem trazer complicações à saúde (Willich et al., 2006). Ao observar as concentrações dos óxidos de carbono, notou-se a interferência da poluição provinda do meio externo. Por fim, conclui-se que a qualidade ambiental interna do ônibus pode ser prejudicial principalmente aos cobradores e motoristas, que trabalham neste ambiente por muitas horas diárias.

The movement of traffic in cities is part of the people's routine that can spend considerable time inside automobiles during their displacement. Factors such as greenhouse gas emissions from traffic and poor air circulation can affect the environmental quality inside vehicles and make it harmful to the health of its occupants. Thus, for twenty random days between August and December 2013, air quality inside one of the buses belonging to the public transportation system of the city of São Carlos was monitored. Temperature, relative humidity, noise, carbon monoxide, carbon dioxide, volatile organic compounds (TVOC) and particulate matter were measured. Data were analyzed based on limiting values recommended by different institutions and observing the influence of the parameters measured in people's health, according to the literature. Were taken as reference standards established by the Ministry of Labor and Employment (standards NR-15, NR-17 and NHO 01), the National Health Surveillance Agency (Resolution 09/03), the National Environmental Council (Resolution 03 / 90) and the World Health Organization. Aiming to verify the thermal sensation, we calculated the Heat Index used by the National Oceanic and Atmospheric Administration of the USA. The results show that levels of temperature, relative humidity, heat index and particulate matter are mostly above the reference values. Noise is also a worrying factor, despite being within the ceiling of 85 dB (A), because, according to recent surveys, over 60 dB (A) there is potential damage to health (Willich et al., 2006). By observing the concentrations of oxides of carbon, it was noted interference stemmed from the pollution of the external environment. Finally, it is concluded that the air quality inside the bus can be harmful especially to collectors and drivers, working in this environment for many hours a day.