A tese parte de processos de criação de realizadores brasileiros de Performance Audiovisual para cotejar a relação entre cinema, vídeo, música e artes visuais dessa forma expressiva intermídia que transita entre meios. A manipulação da imagem e som ao vivo confere à imagem um estatuto que vai lhe aproximar de composições sonoras. A performance se dá no realizador, nas imagens e sons, relação esta que se constitui em ato, de acordo com os dispositivos materiais utilizados, tendo por aliados a possibilidade do aleatório. A materialidade do meio e a duração impressa no processo de manipulação em tempo real, ou programação ao vivo a partir de diversas linguagens, aproximam imagem e som. A imagem tende ao abstrato, a se transformar em composição visual a partir de ícones que nada representam em tese, além de formas. Segundo Charles S. Peirce, esses signos são qualidades. A exploração de ruídos analógicos, eletrônicos e da malha de linguagens de programação tornadas visíveis, a variação de intensidades na manipulação das imagens, e dados sobre o processo do realizador codificam tão vagas imagens, ainda qualidades, mas com sugestão de sentidos. A experimentação em performances audiovisuais tem se mostrado profícuo campo de criação.

The thesis starts from the creation processes of Brazilian directors of Audiovisual Performance to discuss correspondence relationships between cinema, video, music and visual arts in this intermedia field, that exist between media. The live manipulation of the image and sound gives the image another statute, that will bring it closer to sound compositions. The performance takes place in the director, in the images and sounds, a relationship that is constituted in an act, according to the material devices used, having allies the possibility of the random. The materiality of the medium and the duration printed in the process of manipulation in real time or live programming from different languages, brings together image and sound. The image tends to the abstract, to transform itself into visual composition based on icons, which in theory do not represent anything, but shapes. According to Charles S. Peirce, these signs are qualities. The exploration of analog, electronic noise and the mesh of programming languages made visible by the performer, the variation in intensities in the manipulation of images, and information on the director's process, encode such vague images. They are still qualities, but with suggestion of meanings. Experiments in audiovisual performances have proved to be a fruitful field of creation.