Em momentos tão desafiadores que vivemos, refletir, fazer ciência, dissemina-la e debater sobre a importância da biodiversidade se torna ainda mais relevante. A base da vida na escala dos genes, das espécies e dos ecossistemas e suas interações, nos obriga a pensar na geração de valor capturado ou perdido quando não entendemos os papéis e as funções que a biodiversidade possui para o clima, para a segurança alimentar e para nossa saúde. E em especial os recursos genéticos florestais que são a base desta pirâmide que é representada pela biodiversidade. Estudos fundamentais sobre a auto-ecologia de uma espécie, sua fenologia reprodutiva e seus mecanismos associados ao fluxo gênico são fundamentais para uma própria e adequada gestão do potencial que esses recursos genéticos têm para o presente e para o futuro. Apesar da imensa diversidade entre espécies (diversidade inter-específica) que as florestas tropicais, possuem os trabalhos sobre a diversidade dentro de cada espécie (diversidade intra-específica) não recebem tanta atenção quanto deveriam ter. Além disso a falta de informações sobre a distribuição espacial das espécies florestais, os processos de fragmentação e a exploração de habitats naturais tem afetado os padrões dos fluxos genéticos entre e dentro de fragmentos florestais, dificultando ainda mais que estratégias de conservação in situ possam ser adotadas em larga escala no país. Considerando todos os compromissos do Brasil com a restauração dos ecossistema florestais, com a redução das emissões de gases de efeito estufa e considerando importância de uma transição para uma bioeconomia, a adequada gestão dos recursos genéticos florestais pode contribuir de forma significativa com a construção desta transição, desde que ocorra com visão de longo prazo e tornando acessíveis informações, ferramentas e inovações para uso sustentado deste importante pilar da biodiversidade

In such challenging times that we live, reflecting, doing science, disseminating it and debating the importance of biodiversity becomes even more relevant. The basis of life on the scale of genes, species and ecosystems and their interactions, forces us to think about the generation of captured or lost value when we do not understand the roles and functions that biodiversity has for climate, food security and for our health. In particular the forest genetic resources that are the base of this pyramid that is represented by biodiversity. Fundamental studies on the auto- ecology of a species, its reproductive phenology and its mechanisms associated with gene flow are essential for proper and adequate management of the potential that these genetic resources have for the present and for the future. Despite the immense diversity among species (inter-specific diversity) that tropical forests have, works on diversity within each species (intra-specific diversity) do not receive as much attention as they should. In addition, the lack of information on the spatial distribution of forest species, fragmentation processes and the exploitation of natural habitats has affected the patterns of genetic flows between and within forest fragments, making it even more difficult for in situ conservation strategies to be adopted on a large scale in the country. Considering all of Brazil's commitments to restoring forest ecosystems, reducing greenhouse gas emissions (GHGs), and considering the importance of a transition to a bioeconomy, the proper management of forest genetic resources can significantly contribute to the construction of this transition, as long as it takes place with a long-term vision and makes accessible information, tools and innovations for the sustainable use of this important pillar of biodiversity