Introdução: O mosquito Aedes fluviatilis é um culicídeo encontrado abundantemente pela Cidade de São Paulo, como mostram recentes levantamentos faunísticos em parques municipais. Estas ilhas verdes localizadas na malha urbana da metrópole possuem a capacidade de manter ciclos biológicos de muitos organismos, alguns deles, causadores de doenças. Embora o Aedes fluviatilis não esteja relacionado até o presente momento a doenças que atingem o homem, possui biologia, ecologia, capacidade vetora e padrões populacionais ainda pouco conhecidos. Com a intenção de agregar conhecimento sobre o perfil populacional desta espécie de culicídeo, foi utilizada a ferramenta da morfometria geométrica alar. Objetivos: (1) Avaliar a efetividade da morfometria geométrica alar na descrição das populações de machos e fêmeas de Ae. fluviatilis; (2) Verificar a existência de dimorfismo sexual; (3) Verificar a variabilidade fenotípica das populações e o grau de similaridade na estruturação populacional de cada gênero sexual do mosquito Aedes fluviatilis, no município de São Paulo. Material e Métodos: Foram utilizados 18 marcos anatômicos para determinar a geometria da asa. As variáveis de tamanho e forma foram utilizadas para mensurar o grau de dimorfismo sexual e estruturação populacional dessa espécie, cujos exemplares foram coletados em oito parques urbanos do município de São Paulo. Resultados: Através da variável da forma alar, foi possível determinar o dimorfismo sexual existente em Aedes fluviatilis. A conformação diferenciada das populações aponta para heterogeneidade em machos e homogeneidade em fêmeas. Discussão: Variações ambientais, muitas vezes proporcionadas pela ação do homem, ou hábitos ecológicos, podem direcionar a variabilidade da forma alar de diferentes maneiras em machos e fêmeas. A homogeneidade das populações de fêmeas, como evidenciado em trabalhos anteriores, pode ser um indicativo de rápida adaptação ao meio urbano, enquanto em machos a existência de diferentes padrões pode apontar para algum grau de fluxo gênico. Conclusões: Os padrões de variabilidade alar encontrados em fêmeas e machos sugerem que as pressões ambientais agem de forma distinta para cada gênero. A característica de homogeneidade populacional encontrada nas fêmeas indica a rápida adaptabilidade ao meio urbano, em concordância com outros estudos que apontam para baixo grau de fluxo gênico nesta espécie. A diferente conformação nos machos sugere estudos para a melhor compreensão dos mecanismos que modulam a evolução alar.

The mosquito Aedes fluviatilis is a culicid found abundantly in São Paulo City as shown by recent fauna survey in park's city. These green islands located in urban environment have the ability to maintain the life cycle of the many organisms, some of them cause disease or carry etiologic agents. The Ae. fluviatilis, although not incriminated to transmit pathogens to humans, their biology, ecology, vector capacity and population patterns is little known. With the intention of adding knowledge about the population profile of this culicid specie, was used wing morphometric tool. Objectives: (1) Evaluate the effectiveness of wing morphometric for description of the population of males and females of Ae. fluviatilis (2) Check sexual dimorphism in this specie (3) Check the phenotypic variability of the population and the degree of similarity in population structure for each sexual gender of the Ae. fluviatilis in São Paulo urban parks. Methods: Were utilized 18 anatomical landmarks to determine the geometric morphometric of the wing. The size and shape variables were used to measure the degree of sexual dimorphism and population patterns of Ae. fluviatilis collected in 8 urban parks in São Paulo City. Results: Through the wing shape variably, it was possibly to determine sexual dimorphism in Ae. fluviatilis, and different conformation of the population can appoint to heterogeneity in male's population and homogeneity in female's population. Discussion: Environmental variations, often provided by man or ecological habits can direct the variability of wing shape differently in males and females. The homogeneity of the female's population may be indicative rapid adaptation to urban areas, while in males the existence of different patterns of wing shape, may indicative some level of the gene flow. Conclusions: The variability of wing shape founded in males and females suggest that environmental pressures act differently for each gender. The characteristic of population homogenization in females suggest a rapid adaptability to the urban environment, in concordance with other works about low gene flow in this specie. The different conformation in males show the necessity of the studies to better understand the mechanisms involved in the wing evolution.