Introdução: A insuficiência cardíaca pode ter como causa frequente a doença coronariana isquêmica. Identificar a presença de viabilidade miocárdica ainda é desafiador. A ecocardiografia por meio de técnicas como o strain e o Myocardial Work (MW), foi pouco testada neste contexto. O objetivo do estudo é identificar o valor adicional do MW quando comparado à ressonância magnética na análise de viabilidade miocárdica. Métodos: Foram selecionados 21 pacientes com cardiopatia isquêmica crônica e disfunção ventricular com indicação de Cirurgia de Revascularização Miocárdica. Todos foram submetidos a realização do ecocardiograma transtorácico, strain, MW e Ressonância Magnética, com protocolo de estresse. Resultados: Os pacientes eram em sua maioria homens (63,5%), com média de idade 63,3±6,5 anos, hipertensos 21 (100%), diabéticos 52,4% (11), dislipidêmicos 90% (19), antecedentes de Infarto do Miocárdio 63% (18) e todos tinham DAC estabelecida à angiografia coronariana. Neste estudo, 141 (42%) dos segmentos apresentavam realce tardio e destes 81 (24%) tinham realce tardio maior que 50%. Na avaliação dos segmentos com isquemia miocárdica, somente a medida do Wasted MW demonstrou diferença entre os segmentos isquêmicos. Na análise multivariada somente o volume diastólico e o Wasted MW mostraram associação com a presença de segmentos com isquemia. Em relação à presença de viabilidade, o strain (-11,8±5,9; p<0,0001), o GWI (1266±805,4; p <0,0001), GWC (1401,2±833,3; p<0,0001), GWE (86,7±18,2; p<0,0002) e o PSS (-11,1±6,6; p<0,0001) apresentaram boa correlação na identificação de viabilidade. Observou-se também que um valor de strain de maior que -9,4% ou de MW menor de 1132mmHg% apresentou uma especificidade de 87,2% para ausência de viabilidade. Conclusão: Este estudo demonstrou que o strain isoladamente teve boa acurácia para predizer viabilidade e a associação do strain com MW apresentou uma boa especificidade para identificação de tecidos não viáveis.

Background: Heart failure can be frequently caused by ischemic coronary disease. Identifying the presence of myocardial viability is still challenging. Echocardiography using techniques such as strain and Myocardial Work (MW) has been little tested in this context. The aim of the study is to identify the additional value of MW when compared to magnetic resonance imaging (MRI) in the analysis of myocardial viability. Methods: Twenty-one patients with chronic ischemic heart disease and ventricular dysfunction with indication for myocardial revascularization surgery were selected. All underwent transthoracic echocardiography, strain, MW and MRI, with a stress protocol. Results: The patients were mostly men (63.5%), mean age 63.3±6.5 years, hypertensive 21 (100%), diabetic 52.4% (11), dyslipidemia 90% (19), 63% history of myocardial infarction (18) and all had established CAD on coronary angiography. In this study, 141 (42%) of the segments had delayed enhancement and of these 81 (24%) had delayed enhancement larger than 50%. In evaluation of the segments with myocardial ischemia, only Wasted MW measurement showed a difference between ischemic segments. In the multivariate analysis, only diastolic volume and Wasted MW showed an association with presence of segments with ischemia. Regarding presence of viability, strain (-11.8±5.9; p<0.0001), GWI (1266±805.4; p<0.0001), GWC (1401.2±833, 3; p<0.0001), GWE (86.7±18.2; p<0.0002) and PSS (-11.1±6.6; p<0.0001) showed good correlation in the identification of viability. It was also observed that a strain value greater than -9.4% MW less than 1132mmHg% had a specificity of 87.2% for the absence of viability. Conclusion: This study demonstrated strain alone had good accuracy to predict viability and association of strain and MW showed good specificity for identifying non viable myocardium