O implante de prótese aórtica por cateter (TAVI) é a intervenção de escolha para pacientes portadores de estenose aórtica grave sintomática com mais de 70 anos, de acordo com a Atualização das Diretrizes Brasileiras de Valvopatias 2020. O avanço tecnológico, a seleção de pacientes e expertise adquirida nos últimos 20 anos, permitiu uma abordagem minimamente invasiva (anestesia local, acesso percutâneo, ecocardiograma transtorácico, monitorização em unidade não-UTI, etc) proporcionando menor tempo de hospitalização, recuperação precoce e redução de custos. Esta abordagem recebe o nome de TAVI minimalista (TAVI-M), a qual requer cuidado integral, multidisciplinar e sistemático dos pacientes a fim de garantir a segurança da alta oportuna (< 48 horas após procedimento). A despeito dos comprovados benefícios e segurança do TAVI minimalista em centros americanos de grande, moderado e pequeno volume, esta ainda é pouco desenvolvida e explorada no cenário nacional. Neste trabalho os autores elaboraram o protocolo multidisciplinar e profissional para realização do TAVI minimalista a fim de reduzir o tempo de internação mantendo a segurança e eficácia do procedimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Trabalho em único centro, observacional e prospectivo com análise de 30 dias de desfechos compostos de segurança e eficácia após a realização do TAVI-M. Análise da experiência inicial demonstra tempo de internação reduzido, sendo efetivada alta hospitalar em menos de 48 horas em 80% dos casos. Destas, destacam-se: implante de marca-passo definitivo, A taxa de reospitalizações em 30 dias foi de 3 (4,6%); implante de marca-passo definitivo, 2 (3%); complicações vasculares menores, 3 (4,6%); sangramentos menores, 3 (4,6%); sangramentos maiores, 3 (4,6%); conversão cirúrgica, 3 (4,6%). Ocorreram 2 (3%) óbitos: 1 (2%) óbito de causa cardiovascular e 1 (2%) de causa não cardiovascular. A ocorrência de complicações intrahospitalares também foram reduzidas. Este trabalho demonstra resultados iniciais promissores quanto a segurança do TAVI minimalista em um centro único terciário do Sistema Único de Saúde.

Transcatheter aortic valve implantation (TAVI) is the intervention of choice for patients over 70 years of age with symptomatic severe aortic stenosis, according to the Brazilian Valvular Disease Guidelines Update 2020. Technological advances, patient selection and expertise acquired in the last 20 years has allowed a minimally invasive approach (local anesthesia, percutaneous access, transthoracic echocardiogram, monitoring in a non-ICU unit, etc.) This approach is called minimalist TAVI (M-TAVI), which requires comprehensive, multidisciplinary and systematic care of patients to ensure timely discharge safety (< 48 hours after procedure). Despite the proven benefits and safety of minimalist TAVI in large, moderate and small volume American centers, it is still poorly developed and explored on the Brazilian national scene. In this work, the authors developed a multidisciplinary and professional lean institutional protocol for performing minimalist TAVI in order to reduce the length of hospital stay while maintaining the safety and effectiveness of the procedure in the public Brazilian Unified Health System scenario. Single-center, observational and prospective study with 30-day analysis of compound safety and efficacy outcomes after M-TAVI. Analysis of the initial experience demonstrates reduced length of stay, with hospital discharge being effected in less than 48 hours in 80% of the cases. The occurrences of in-hospital complications were also reduced. Of these, the following stand out: 2 (3%) implantation of a permanent pacemaker, the rate of rehospitalizations in 30 days was 3 (4,6%); minor vascular complications, 3 (4,6%); minor bleeding, 3 (4,6%); major bleeding, 3 (4,6%); surgical conversion, 3 (4,6%). There were 2 (3%) deaths: 1 (1,5%) death from cardiovascular causes and 1 (1,5%) from non-cardiovascular causes. This work demonstrates promising initial results regarding the safety of minimalist TAVI in a single tertiary center of the public Brazilian Unified Health System.