Estimamos a mobilidade intergeracional de renda para brancos e negros, usando dados da renda da família e salários da coorte de nascimento de 1978 de Ribeirão Preto (São Paulo). Além disso, analisamos se algumas características individuais e da família estão relacionadas com a mobilidade de renda. A análise foi conduzida utilizando regressões rank-rank. Obtivemos três principais resultados. Primeiro, a mobilidade relativa para negros é maior que para brancos, mas é acompanhada por uma mobilidade absoluta ascendente limitada: enquanto um indivíduo branco que nasce no percentil 30 da distribuição de renda da família (em 1978), sobe, em média, até o percentil 45.6 na distribuição de salários, um indivíduo negro que tem origem no mesmo percentil alcança, em média, a posição 41. Essa desigualdade condicional de salários entre raças é crescente ao longo da distribuição de renda da família. O segundo resultado é que a diferença na mobilidade relativa é mediada pela diferença no prêmio salarial: negros têm um prêmio salarial por anos de estudo 55% menor do que brancos, condicional à renda da família em 1978. O terceiro resultado é que a desigualdade condicional de renda entre negros e brancos é explicada pela diferença de anos de estudo da mãe. Outras características dos indivíduos no nascimento como número de filhos na família e alguns fatores relativos à saúde perinatal são correlacionados com o salário do indivíduo adulto, mas não são capazes de explicar a desigualdade condicional de renda entre raças.

We estimate intergenerational income mobility for whites and blacks, using family income and wage data from the 1978 birth cohort in Ribeirão Preto (São Paulo). Also, we analyzed whether some individual and family characteristics are related to income mobility. The analysis was conducted using rank-rank regressions. We obtained three main results. First, relative mobility for blacks is greater than for whites. Still, it is accompanied by limited absolute upward mobility for blacks: while a white person born in the 30th percentile of the family's income distribution (in 1978), rises, on average, up to the 45.6 percentile in the distribution of wages, a black individual who comes from the same percentile reaches, on average, position 41. This conditional inequality of wages between races is increasing throughout the family's income distribution. The second result is that the wage premium difference mediates the difference in relative mobility: blacks have a wage premium for years of study 55% lower than whites, conditional on family income in 1978. The third result is that inequality conditional income between blacks and whites is explained by the difference in the mother's years of study. Other characteristics of individuals at birth, such as the number of children in the family and some factors related to perinatal health, are correlated with the adult individual's wage. Still, they are not able to explain the conditional income inequality between races.