Juntas de dessolidarização

As juntas de dessolidarização ajudam a absorver as movimentações das paredes e contrapisos e devem ser dimensionadas em função das movimentações previstas para o revestimento e em função da deformabilidade admissível do selante (em geral variam de 5 a 20 mm). As juntas de dessolidarização devem ter tratamento similar das juntas de movimentação. Têm por finalidade absorver as tensões na interface de diferentes elementos do sistema revestimento devido ao comportamento diferencial entre eles.

Em alguns casos, as juntas de dessolidarização podem ser chamadas de juntas de ligação, que são juntas entre elementos construtivos com diferentes dilatações térmicas, exemplo, entre janelas, portas, concreto aparente, madeira, metal e plásticos. As juntas de ligação entre a estrutura e os caixilhos devem ser previstas e executadas já durante a execução do revestimento.

As juntas de dessolidarização devem ser previstas (1) no perímetro das áreas revestidas; (2) no encontro com o elemento estrutural (colunas e vigas); (3) no encontro com saliências, elementos construtivos ou ponto ‘duros’; (4) no encontro com outros tipos de revestimento; (5) nos cantos verticais (cantos e quinas); (6) entre o revestimento do piso e parede (7) entre o revestimento da parede e forro - nos dois casos anteriores denominam-se juntas periféricas - e (8) quando ocorre mudança do material que forma a base para o assentamento.

As juntas de dessolidarização podem ser previstas antes da execução do revestimento cerâmico, logo após o desempeno, com profundidade até a base ou até 2/3 do emboço ou contrapiso. Para esta tarefa, é necessário seguir os procedimentos: (1) marcar e nivelar a posição das juntas; (2) posicionar a régua gabarito e; (3) cortar o revestimento com o frisador. Podem também ser realizadas com o revestimento já executado, através de cortes com uso de uma serra própria - esmerilhadeira manual com disco de corte refratário ou diamantado - tipo ‘makita’. Essas juntas devem cortar a placa cerâmica, argamassa colante, a argamassa de nivelamento do contrapiso e o emboço da parede, alcançando a face da alvenaria ou do elemento estrutural. Em alguns casos, como já citado, essas juntas podem ser abertas até 2/3 da espessura do emboço, ficando um fundo de argamassa que protegerá contra a eventual entrada de umidade, caso, com o decorrer do tempo, o selante perca sua eficiência.

O preenchimento das juntas de movimentação ocorre em duas etapas:

  1. Enchimento das juntas ou limitados de fundo (A face dos limitadores terá a forma de arco, convexa ou plana, se o limitador for compressível);
  2. Acabamento de silicone, poliuretano ou mástiques elásticos. Esses materiais têm a função direta de vedar a entrada de umidade ou agentes agressivos, além de serem flexíveis, permitindo a livre movimentação das juntas. Os selantes devem aderir apenas às laterais das juntas, e não ao fundo, de forma a facilitar a acomodação das movimentações. A limitação da profundidade é obtida com a aplicação, com alguma pressão, de cordão de espuma de poliuretano, poliestireno expandido.

Deve-se ressaltar que as juntas de movimentação e dessolidarização muitas vezes ocorrem na mesma posição. Esta solução técnica é recomendada, pois proporciona diminuição de custos, além de melhorar o aspecto estético, racionalizando e modulando os panos de revestimento.

IMPORTANTE:

Muitas vezes não são seguidas as indicações de execução e preenchimento das juntas de dessolidarização. Em muitos casos, a junta de dessolidarização corta apenas a placa cerâmica e argamassa colante, podendo ser preenchida com selante ou substituindo o conjunto enchimento e selante apenas pelo rejunte.

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