Procedimentos de assentamento - paredes externas e fachadas

O revestimento cerâmico externo é um conjunto de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura - suporte, camadas sucessivas de argamassas (de regularização e/ou emboço) e, finalmente, o revestimento cerâmico, cuja função é proteger a edificação da ação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgastes mecânicos oriundos da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento estético.

Os procedimentos apresentados a seguir são válidos para o revestimento de fachadas com placas cerâmicas até 400 cm2 e espessura não superior a 15 mm (em caso de reentrâncias no tardoz, essa espessura pode chegar até 20 mm), em paredes de alvenaria - tijolos maciços, blocos cerâmicos, blocos vazados de concreto, blocos de concreto celular e sílico - calcáreos e, ainda, concreto moldado in loco ou pré - moldado - sempre revestidas com chapisco, emboço e, se necessário, camada de regularização ou outras. Painéis de gesso acartonado não são aceitos.

Para a realização do assentamento de fachadas, proceder em uma das alternativas seguintes:

Os procedimentos para o assentamento de fachadas:

  1. Retirar e misturar peças cerâmicas de 3 ou 4 caixas diferentes;
  2. Planejar o assentamento de um número de peças inteiras acrescido da junta, até cerca de 1,5 m. Definir uma primeira fiada, tomando-se como referência horizontal o respaldo ou platibanda e como referência vertical um dos cantos ou arestas definidas pelos prumos da fachada;
  3. Marcar e transferir o nível de um extremo a outro do balancim. Nas extremidades da fiada definida, devem ser assentadas placas cerâmicas que servirão de guia. Esticar uma linha para servir como guia para o posicionamento das demais fiadas. Para garantir o prumo das fiadas verticais, deve-se colocar, utilizando-se o mesmo critério das fiadas horizontais, uma placa-guia em cada extremidade superior da parede, devidamente nivelada e aprumada com a fiada inferior;
  4. Em seguida, devem ser assentadas as placas cerâmicas no espaço compreendido entre as placas-guia, uma fiada de cada vez. Assentar a primeira fiada e prosseguir de baixo para cima, da esquerda para a direita, até atingir o nível do respaldo ou da platibanda, pavimento por pavimento. Utilizar espassadores deformáveis e, sempre que necessário, esticar linhas horizontais e verticais;
  5. A argamassa deve ser espalhada em faixas de 60 cm de largura, e comprimento de acordo com as condições do ambiente, definido caso a caso (não ultrapassar 1m2 de argamassa estendida). A definição do tamanho do pano de assentamento deve ser feita pelo próprio operário, devidamente instruído, em função das variações das condições ambientais que podem ocorrer dia-a-dia e mesmo durante uma jornada de trabalho. Em dias muito ensolarados ou com ventos fortes, a alvenaria pode ser umedecida, mas sem saturar;
  6. Estender a argamassa com o lado liso da desempenadeira; em seguida, com mais uma quantidade de argamassa na desempenadeira, aplicar o lado denteado em um ângulo aproximado de 60o, formando os cordões (espessura de 3 a 4 mm para desempenadeira 6x6x6 mm e 5 a 6 mm para desempenadeira de 8x8x8 mm). O restante da argamassa deve ser remisturada com a argamassa do balde para a próxima aplicação. Em placas com área maior que 900 cm2, deve-se espalhar e pentear a argamassa colante sobre o substrato e sobre o tardoz da placa cerâmica;
  7. Para qualquer área da placa cerâmica, reentrâncias de altura maior que 1mm presentes no tardoz de algumas placas devem ser preenchidos com pasta de argamassa colante. Este procedimento deve ser feito concomitantemente com o assentamento.

  8. As placas devem ser assentadas sobre cordões frescos, um pouco fora da sua posição, aplicando batidas leves e repetidas, com os dedos ou um martelo de borracha, até alcançar a posição final. Os cordões de argamassa devem ser completamente esmagados;
  9. Tomar cuidado com o tempo em aberto - teste do toque -, principalmente em locais de ambientes agressivos (insolação direta, ventos fortes, altas temperaturas e umidade relativa do ar);
  10. Para verificar aderência, remover aleatoriamente algumas placas cerâmicas recém - assentadas, e observando o seu tardoz, que deve estar completamente impregnado de argamassa - teste do arrancamento;
  11. Realizar continuamente verificação do prumo; verificar a planeza do revestimento utilizando, uma régua metálica de 2 m, tolerando desvios máximos de 3mm; observar a existência de peças com dentes e quinas sobressalentes. Peças com ressaltos maiores que 1 mm devem ser retiradas e recolocadas;
  12. O revestimento recém assentado deve ser protegido da incidência direta de chuvas, sol e ventos fortes.
Cuidados nos procedimentos de execução