Sistema de fixação mecânica

A norma brasileira para assentamento em paredes externas e fachadas admite, para este uso, placas cerâmicas com dimensões até 400 cm2. No entanto, o mercado tem disponibilizado peças com dimensões muito superiores, obrigando projetistas e fabricantes a encontrarem soluções técnicas adequadas, como argamassas especiais e a fixação mecânica.

O sistema mecânico de fixação é constituído por elementos portantes, trilhos metálicos e braçadeiras, fixados às alvenarias através de parafusos, onde são encaixadas as peças cerâmicas, por meio de parafusos embutidos no tardoz e fixadas nos trilhos ou afixadas em mini ganchos, de forma que o sistema de fixação permanece total ou parcialmente oculto. Este sistema é especialmente indicado para uso em fachadas:

Pelos motivos citados acima, esse tipo de solução reduz o consumo de energia. No entanto, mesmo sem estes requisitos, pode-se optar por utilizar este sistema para inovação ou valorização do edifício.

No sistema de fixação mecânico, há duas formas de instalação do revestimento: (1) as placas podem estar encaixadas em sistemas portantes, a pequenas distâncias da alvenaria, funcionando apenas como painéis de revestimento, não sendo considerada fachada ventilada; (2) painéis de revestimento deslocados a determinada distância da alvenaria, formando um colchão de ar e proteção contra o contato direto com a água da chuva e umidade, criando as fachadas ventiladas.

"Sistema mecânico de fixação: sistema composto basicamente por trilhos metálicos que sustentam as peças cerâmicas na fachada. Possibilita a opção de criação de uma camada de ar entre a alvenaria e o pano de revestimento, criando o que é denominado como ‘Fachada ventilada’ e que colabora com o conforto térmico do edifício". (CUNHA, CD, 2001)

É importante salientar que os sistemas de fixação mecânica são utilizados para afixar vários materiais de revestimento e proteção de fachadas (pedras, painéis em geral, vidros), estando incluída a cerâmica.

Este tipo de fixação deve ser definido com antecedência necessária, para que o edifício seja preparado para receber aquele tipo de solicitação - estética e estrutural. Por exemplo, para a fixação mecânica, as esquadrias devem avançar a parede do edifício, encaixando-se perfeitamente no acabamento cerâmico. Outro ponto importante é que o estudo de impermeabilização deve ser realizado para aquele fim. Para a realização desses sistemas, a estrutura-suporte deve estar previamente preparada para receber os trilhos e os detalhamentos específicos desta tecnologia.

"O projeto para encaixe das peças deve ser completamente modulado e desenvolvido, até paralelamente ao projeto de colocação dos caixilhos, já que, entre eles não é interessante que se tenha peças cortadas. Também neste aspecto tem-se a necessidade de encaixe otimizado dos trilhos entre os caixilhos. Aumentando-se o número de peças, há a necessidade de maior quantidade de trilhos e, portanto, maior custo. Pode-se notar, então, que o uso de peças de grandes dimensões é mais interessante, ao contrário do que acontece com os sistemas com argamassa colante, melhor garantido com o uso de peças pequenas." (CUNHA - CD, 2001)

Em geral, em ambos os sistemas, a fachada deve ser projetada e planejada para evitar que as placas cerâmicas sofram cortes.

Esta fixação pode ser realizada de duas formas:

 

Sistema de fixação não visível (peças aparafusadas)

Sistema aparente (ganchos ou braçadeiras)