DEFEITO: Deterioração mecânica em pisos (riscos, abrasão etc.)

DESCRIÇÃO: Trata-se de uma deterioração acelerada da face esmaltada da cerâmica, provocada por uma remoção da camada superficial do produto, percebida através do aparecimento de riscos, cortes ou desgastes na superfície da cerâmica. Ocorre após um ou dois anos de uso (todo revestimento cerâmico tem um tempo de uso e uma deterioração gradativa realmente pode ocorrer com o tempo, mas não em um ou dois anos; esse tempo de uso deve ser bem superior). Essa deterioração tem conseqüências estéticas, alterando a tonalidade e o brilho da superfície, e funcional, pela perda da impermeabilidade e dificuldade de limpeza.

CAUSA: Estando a cerâmica de acordo com as características declaradas pelo fabricante e conforme os limites de norma, o defeito foi causado por erro na fase de projeto e especificação do material.

Quanto ao risco, todos os produtos brilhosos riscam, inevitavelmente. Especificar produtos brilhosos para locais de tráfego intenso, entradas de locais públicos, casas de praia, é provocar problemas de risco.

Quanto à abrasão, em locais de tráfego intenso o uso de materiais com baixo PEI provoca desgaste superficial acelerado, com a formação de trilhas.

A limpeza inadequada também pode ser considerada responsável pelo desgaste da superfície cerâmica, mas em menor proporção. (Ocorre quando a limpeza é feita com sapólios muito abrasivos, sabões quimicamente agressivos ou esfregões de aço).

PREVENÇÃO: O desgaste da superfície cerâmica pode ser evitado através de um cuidadoso planejamento na escolha do revestimento: deve-se especificar corretamente a cerâmica adequada para cada uso, avaliando as exigências às quais o piso será submetido, depois de assentado. Em entradas de edifícios, por exemplo, sempre especificar produtos não brilhantes, para evitar a ocorrência de riscos. Deixar o uso dos produtos brilhantes para o interior dos edifícios.

Em ambiente de alto tráfego (público ou industrial) escolher pisos não esmaltados (que são homogêneos em toda sua espessura e permitem ser regenerados através de polimento) é uma ótima saída; ou, também, produtos esmaltados com alta resistência à abrasão (PEI 5). Deve-se, também, manter a superfície regularmente limpa, dispensando o uso de limpeza pesada.

"A resistência à abrasão, em revestimentos esmaltados e não esmaltados, é medida de acordo com métodos padronizados, que permitem uma avaliação qualitativa importante, mas não fornecem uma base segura para garantir a durabilidade do revestimento (...). A durabilidade, na verdade, depende de múltiplos fatores, alguns dos quais são muito difíceis de quantificar, especialmente aqueles relativos ao uso do ambiente. Nem o teste, tampouco o próprio conceito de resistência à abrasão, faz qualquer referência ao fator tempo, que é porém a essência para qualquer avaliação da durabilidade." (PALMONARI, TIMELINE, 1989)