DESCRIÇÃO: Pode ocorrer em pisos ou paredes, decorrido um período após o assentamento, danificando completamente a funcionalidade da superfície cerâmica. Caracteriza-se por uma separação lenta e progressiva de algumas peças vizinhas, de sua base de assentamento. As peças vão gradativamente se soltando (pode ser percebida uma ligeira curvatura côncava no revestimento), mas ainda permanecem unidas umas às outras pelo rejunte, podendo assim ouvir um som oco ao percuti-las. Depois de mais algum tempo, as peças ficam completamente levantadas, separando-se da base, quebrando e danificando todo o revestimento. Alguns aspectos são importantes para que se possa conhecer o problema: (1) quase sempre as peças que se soltam ficam com o tardoz limpo, indicando separação na interface placa x argamassa de assentamento; (2) as placas não podem ser recolocadas, uma vez que a superfície do piso é menor que a área das peças soltas.
CAUSA: No sistema revestimento cerâmico, é normal o aparecimento de tensões entre as camadas do sistema, incluindo a placa cerâmica. O defeito em questão é originado quando, por algum motivo, as peças perdem a capacidade de resistir a essas tensões. Segundo PALMONARI, TIMELINE (1989) "As causas são geralmente relacionadas com a retração na superfície da base de assentamento, variações termoigrométricas, os processos de maturação do sistema construtivo ou expansão por umidade ou térmica das próprias peças cerâmicas. As tensões na camada de cerâmica são maiores e, portanto, mais perigosas no que se refere ao aparecimento do defeito em questão, quanto maiores forem as limitações de mobilidade entre as várias camadas do sistema construtivo." Deve-se, então, ressaltar que o problema só pode ser atribuído à placa cerâmica se esta apresentar níveis de expansão térmica ou expansão por reidratação fora dos normalizados. Na maioria dos casos, esse defeito é provocado por falha de projeto, apresentando causas diversas e interligadas. Alguns cuidados devem ser tomados: (1) preocupação com a base do assentamento, tomando conhecimento da origem dos materiais e critérios de composição; (2) o projeto de juntas é muito importante: juntas de assentamento, de movimentação e dessolidarização sempre nas dimensões e espaçamento recomendados; (3) utilizar argamassa adequada ao sistema em questão, respeitando o tempo em aberto das mesmas; (4) não assentar o revestimento numa base em fase de maturação e, conseqüentemente, em retração.
PREVENÇÃO: O fabricante deve garantir um revestimento com expansão térmica e por reidratação (Expansão por umidade) dentro dos limites de norma. E ainda, os cuidados durante o projeto (projeto de juntas), planejamento (evitar assentamento prematuro) e assentamento (argamassa adequada respeitando tempo em aberto) são fundamentais.