Método convencional
O método convencional ou assentamento com camada grossa envolve a aplicação
do revestimento sobre uma base (emboço ou contrapiso) com argamassa de
cimento Portland. Pode ser realizado de duas formas:
- Peça por peça, aplicando a argamassa no verso da placa com
uma colher de pedreiro, conhecido como ‘colher de pedreiro’. Esse procedimento
tem produtividade baixa e o inconveniente de deixar ocos nos ângulos
das peças. Pode ocorrer de duas formas:
- Aplicação da argamassa em cinco pontos da placa - nas extremidades
e no centro;
- Aplicação da argamassa de uma só vez no centro da
placa -‘bolão’ - deixando as extremidades sem argamassa;
- Assentamento das placas cerâmicas - em piso - sobre argamassa de obra
polvilhada com pó de cimento, formando uma nata.
As argamassas tradicionais são preparadas em obra através da
mistura de cimento e areia, com adição ou não de cal hidratada
e aditivos. Só podem ser empregadas para assentamento de placas cerâmicas
porosas, pois dependem de aderência física.
Este método de assentamento tradicional não é eficiente
principalmente quando a superfície a ser revestida é lisa e impermeável
(pilares ou vigas de concreto de alto desempenho, por exemplo) e/ou quando a
peça cerâmica tem absorção de água abaixo
de 6%.
O método tradicional praticamente não apresenta vantagens se
comparado ao assentamento com argamassa colante. Muitos problemas e inconvenientes
podem ser detectados no uso do método tradicional:
- Espessura e peso próprio elevados (entre 12 a 17 Kg/ m2);
- Camada espessa provoca uma elevação do nível
do piso, fator importante que deve ser considerado nas portas e áreas
de transição, quando em uma reforma;
- Problemas causados por dosagens incorretas na obra;
- Pouco tempo para ajuste das peças;
- Ausência de aderência quando são utilizadas peças
com baixa porosidade ou com suportes muito lisos (concreto, por exemplo);
- Processo com colocação de argamassa no tardoz da peça,
assentando uma a uma, provocando vazios nos cantos;
- Necessidade de umedecer as peças e algumas vezes os suportes
mais absorventes;
- Variabilidade no grau de umidade da peça, que depende da absorção
da placa e do tempo em que permanece imersa em água (é uma medida
pessoal, onde cada assentador vai descobrindo o seu ponto ideal);
- Tonalidades das peças se confundem, em função
da diferença de saturação.
Atualmente, com a grande oferta de argamassas colantes no mercado,
não se recomenda mais o uso do método convencional, para nenhum
tipo de placa cerâmica.