Base - alvenaria
No Brasil, em grande parte das edificações, as paredes
são realizadas ou através de estrutura de concreto e alvenaria
de vedação ou alvenaria de tijolo ou bloco estrutural. Utilizam,
na maioria dos casos, tijolos ou blocos cerâmicos e blocos de concreto
(em menor proporção são usados blocos de concreto celular
e sílico - calcáreos).
É importante saber que:
- É imprescindível a execução das
camadas de chapisco e emboço e, quando preciso, da camada de regularização.
Estas camadas devem resistir ao peso total do revestimento, às cargas
do vento e às solicitações térmicas que atuam
através do revestimento cerâmico. A base - alvenaria - deve ter
resistência mecânica maior que os revestimentos argamassados,
para absorver os esforços atuantes na vedação;
- A base deve ter um alto grau de rugosidade, tendo o cuidado
para que a argamassa tenha a maior área de contato;
- Cada tipo de bloco apresenta absorção de água
diferente, o que modifica a pega e endurecimento da argamassa, influenciando
na durabilidade das argamassas de revestimento. (1) A alvenaria de blocos
sílico - calcário ou blocos vazados de concreto deve ser umedecida
(sem saturar), momentos antes da aplicação da argamassa; (2)
A alvenaria de blocos ou painéis de concreto celular deve ser limpa
(eliminar o pó existente na sua superfície) e previamente umedecida
(sem saturar), antes da aplicação da argamassa;
- A integridade física da alvenaria deve ser mantida:
(1) preencher os furos, rasgos e depressões localizadas; (2) corrigir
as irregularidades para que esteja alinhada em todas as direções,
tendo em toda a sua extensão um mesmo plano. O desvio de planeza não
deve ultrapassar os 3 mm em uma régua de 2 m de comprimento;
- A superfície para o revestimento, qualquer que seja,
deve estar limpa, sem materiais estranhos, resíduos (pós, graxas
e óleos desmoldantes, fungos, musgos e eflorescências) ou partículas
soltas, podendo utilizar água pressurizada ou máquinas jateadoras
de areia para realizar a limpeza. Revestimentos antigos e danificados ou pinturas
devem ser removidas. Retirar também as incrustações metálicas
(pregos, fios e barras metálicas). A presença de substâncias
contaminantes pode prejudicar a adesão entre a base e a camada posterior,
podendo provocar desprendimentos;
- A homogeneidade da base é fator importante (mesmo material,
com mesmas características). No encontro de diferentes materiais, pode-se
realizar: (1) juntas de dessolidarização entre os materiais
ou (2) inserir fitas e telas entre as junções (principalmente
entre alvenaria e estrutura). Estas regiões são propícias
ao aparecimento de tensões que provocam trincas. Esse procedimento
deve reter o acúmulo de tensões encaminhado para a junta de
movimentação e/ou dessolidarização mais próxima,
de maneira que as camadas posteriores do sistema não sejam comprometidas;
- Quando for preciso, executar melhoramento das condições
da base: (1) para aumentar a rugosidade ou absorção, pode-se
aplicar uma camada de argamassa através da colher de pedreiro, desempenadeira
denteada de aço, rolo ou máquinas de jateamento de argamassa;
(2) quando a superfície for lisa, deve ser picotada, escovada ou lavada
com água pressurizada para obter maior rugosidade. Em ambos os casos,
deve-se aplicar, em seguida, uma camada chapisco, de forma áspera e
irregular.
