A doença de Chagas é bifásica, sendo os eventos imunológicos e a resposta inflamatória aguda que provavelmente irão determinar a evolução para forma crônica, indeterminada, cardíaca, digestiva ou mista, sendo o envolvimento cardíaco o mais grave. Muitos destes pacientes apresentam depressão. Na Amazônia brasileira ocorrem novas infecções, também pela transmissão oral e nos últimos anos, foram detectados vários casos de DC aguda além da transmissão oral do T. cruzi pelo palmito de babaçu, açaí, bacaba também a vetorial. A patogênese inclui processo inflamatório e a Proteína C reativa (PCR) é um marcador inflamatório, portanto é um marcador da evolução da DC. Sabemos que o estresse atua nos eixos hipotálamohipófise-adrenal e simpático-adrenal-medular, elevando o cortisol, reduzindo a imunidade celular, e aumentando a depressão. A Vitamina D é imunomodulador, interferindo na depressão e cardiopatia, aumentando a imunidade inata e regulando a imunidade adquirida. Existe uma correlação negativa da PCR e com sintomas depressivos, e estes, podem estar envolvidos com a evolução da doença, visto que a depressão está intimamente relacionada ao sistema imunológico. A existência de ferramentas diagnósticas para predizer a evolução para cardiopatia chagásica crônica (CCC), como a evolução da PCR, poderiam reduzir a morbimortalidade, alertando para uma maior vigilância. O estudo realizado no ambulatório do Hospital Regional de Araguaína, Tocantins, pareou grupos regionais de 20 pacientes de cada forma da DC: indeterminada, leve e grave, comparados com grupos de sadios ou com outras doenças cardíacas. O estudo foi feito antes e após a administração de vitamina D, através de entrevistas, ECG, ECO, RX tórax, dosagem de PCR e Vitamina D, aplicação do Inventário de depressão de Beck (BDI) e qualidade de vida (SF-36). A caracterização dos grupos estudados, quanto a frequência de variáveis demográficas qualitativas, segmentadas em sexo, faixas etárias e etnias não apresentou diferenças entre os grupos. A dosagem de vitamina D também não apresentou alterações significativas entre os grupos. A PCR, encontrava mais elevada nos pacientes graves (p>0,05) e com outras patologias, e a reposição da vitamina D fez com que a PCR não tivesse muita alteração no grupo dos graves, sugerindo a hipótese da CCC, ter um componente fibrótico maior que inflamatório. A DC grave está relacionada à depressão pelos efeitos cognitivos (P>0,05), houve melhora na qualidade de vida (QV) com a reposição da vitamina D. O ECG e ECO estavam alterados em 95% dos pacientes graves e 75% das outras patologias, havendo redução de eventos relacionados à condução cardíaca, sem significância estatística. Há correlação da PCR elevada e fração de ejeção (FE) reduzida e redução da sintomatologia após suplementação de vitamina D, sem significado estatístico. O presente estudo na Região Norte é relevante e inédito por almejar uma correlação da resposta imunológica dos pacientes com DC, que apresentam insuficiência cardíaca, depressão/QV e da evolução da doença, associada à vitamina D, utilizando a PCR como ferramenta.

Chagas disease is biphasic, and the immunological events and the inflammatory response of the acute phase are likely to determine the evolution to the chronic form; indeterminate, cardiac, digestive, or mixed, cardiac involvement being the most serious. Many patients experience depression. There are 6 to 8 million infected people in the world, with deaths and early retirements, only 1% receives treatment and approximately 7,000 dies annually, with high costs for the Brazilian Amazon, where new infections occur through oral transmission. cases of acute CD by oral transmission of T. cruzi through babassu palm, açaí, bacaba and vector. The pathogenesis includes an inflammatory process and c-reactive protein (CRP) is an inflammatory marker, therefore a marker of the evolution of CD. Stress acts on the hypothalamic-pituitaryadrenal axis and the sympathetic-adrenal-medullary axis, raising cortisol, which reduces cellular immunity, and increases depression. Vitamin D is an immunomodulator, interfering with depression and heart disease, increasing innate immunity, and regulating acquired immunity. There is a negative correlation between CRP and depressive symptoms, and these may be involved with the evolution of the disease since depression is closely related to the immune system. The existence of diagnostic tools to predict the evolution to chronic Chagas heart disease, such as the evolution of CRP, could reduce morbidity and mortality, prompting greater vigilance. The study carried out at the outpatient clinic of the Hospital Regional de Araguaína, Tocantins, paired regional groups of 20 patients with each form of CD: indeterminate, mild, and severe, compared with groups of healthy patients or those with other heart diseases. The study was carried out before and after the administration of vitamin D, through interviews, ECG, echocardiogram, chest X-ray, CRP and Vitamin D dosage, application of the Beck Depression Inventory (BDI) and quality of life (SF-36). The characterization of the studied groups, regarding the frequency of qualitative demographic variables, segmented by sex, age and ethnicity, did not show differences between the groups. Vitamin D dosage did not show significant changes between groups. The number of patients was small with no significant impact, as there is great variability in the exam, preventing it from being possible to carry out a defined analysis of the study, due to the wide dispersion. ECG and echocardiogram were altered in 95% of critically ill patients and 75% of other pathologies, with a reduction in events related to cardiac conduction, without statistical significance. There is a correlation between high CRP and reduced EF and reduced symptoms after vitamin D supplementation, without statistical significance. The present study in the North Region is of real importance and unprecedented for aiming at a correlation of the immune response of patients with CD, who have heart failure, depression/quality of life and the evolution of the disease, associated with vitamin D, an immunomodulator, using the PCR as a tool.