A questão ambiental ganha cada vez mais espaço nas agendas de governos, organizações multilaterais, organizações não governamentais, partidos políticos e sindicatos. Este trabalho se inscreve nesse contexto e se dedica a compreender como a temática ambiental é apreendida contemporaneamente por sindicatos de trabalhadores da mineração no Brasil e no Peru. As primeiras décadas do século XXI registraram um aumento expressivo da conflitividade social envolvendo a mineração nos dois países como consequência da expansão das atividades observadas na América Latina desde as últimas décadas do século XX, quando seus recursos naturais passaram a ser capturados pela nova lógica de acumulação do capital que emergiu da crise dos anos 1970: uma combinação entre reprodução ampliada do capital e acumulação via espoliação, com protagonismo dessa segunda forma. A partir de entrevistas com dirigentes sindicais dos dois países, foi investigada a compreensão que manifestavam sobre a relação entre meio ambiente e mineração e o papel que os sindicatos desempenham e devem desempenhar nessa temática. Os elementos trazidos pelas entrevistas somados à literatura, ainda incipiente, sobre meio ambiente e trabalho possibilitaram que fossem apontados os limites e as possibilidades para a atuação dos sindicatos diante do tema, bem como permitiu verificar quando, espontaneamente, essas entidades o incluem em suas agendas.

Environment has been reaching higher attention in the public agenda (governments, multilateral and non-governmental organizations, political parties and labour unions). Based on this context, this work aims to understand the relationship between unionism and environmentalism by researching mining workers unions in both Brazil and Peru. Social conflicts involving mining in both countries have been witnessed as an outcome of the faster rise of extraction in Latin America since the late 20th century. It is important to highlight since then natural resources were fully involved under a new logic of capital accumulation set in the 1970's: expanded reproduction combined with accumulation by spoliation, this last as the pivotal one. By using literature review, secondary data and interviewing union's leaders in both countries, we analyze the role played by unions in the discussion about the environment and mining. The empirical results brought by the interviews were used in order to complement lacks that remain in literature on the environment and unions and enabled us to point out the limits and possibilities for action that unions face when they are dragged into the theme or it is spontaneously caught in their agendas.