As grandes cidades na América Latina têm sido atingidas por enormes taxas de criminalidade, que comprometem seu capital social e, sobretudo, deixam como herança para os mais jovens o perigo constante de serem vítimas ou vitimizadores dessa realidade que parece tornar-se tendência em nossa região. As enormes diferenças sociais que existem em nosso continente não explicam por si só os altos índices de criminalidade da região, porém o seu aprofundamento nos últimos vinte anos contribuiu enormemente para o incremento da violência. As cidades que, em função de seus contrastes, possibilitaram o convívio de arcabouços para dar conta dos enormes problemas enfrentados por seus moradores, geraram também, através da sua polarização em direções opostas, condições agudas para o estranhamento em sociedade. A rede de proteção ao cidadão se dá numa interação permanente de conflito, correndo menor perigo de ser vítima da criminalidade aquele que tem o privilégio de proteção pública e privada. Na cidade de São Paulo, os crimes contra a vida (homicídios), têm tido crescimento ininterrupto nos últimos vinte anos; as periferias têm sido, em sua maioria, o grande "palco" desses crimes, multiplicando as tensões sociais entre os seus moradores. Os múltiplos e complexos problemas dessas localidades revelam uma "desorganização social" que segundo Eva Maria Lakatos impulsionam a repetição da prática criminal. A partir dessa visão, o presente trabalho procura analisar os aspectos que levam à prática criminosa, sobretudo à prática dos homicídios na cidade de São Paulo e a nova ambientação do modo de vida urbano dos indivíduos em uma sociedade violenta como a nossa

The great cities in Latin America have been reached by enormous taxes of crime which compromise its capital stock and over all, leave as inheritance for the youngest constant danger to be victims or victimizers of that reality which seems to become trend in our region. The enormous social differences that exist in our continent by itself do not explain such high indexes of criminality in the region, however it's deepening in last the twenty years contributed enormously for the increment of the violence. The cities that in function of its contrasts make possible the conviviality of outlines, which give account of the enormous problems faced for its inhabitants, had also generated, through its bias in opposing routes, acute conditions for the strangeness in society. The protection net to the citizen seems to be in a permanent interaction of conflict, and the most privileged citizens to be victims of crime are those who are able to have public and private protections. In the city of São Paulo, crimes against life (homicides) have been increased uninterruptedly in the last twenty years; the suburbs have been, mostly, great "stages" of these crimes, and have intensified social tensions between its inhabitants. The multiple and complex problems of those localities disclose social disorders that according to Eva Maria Lakatos impel the repetition of the criminal practice. Starting from that vision the present work searches to analyse the aspects that lead to the criminal practice, over all the homicides in the city of São Paulo and the new urban way of life in a violent society as ours