Esta pesquisa qualitativa envolve um estudo de caso no nível médio de uma escola pública do Rio de Janeiro, em que observamos o trabalho docente de uma equipe de nove professores de física durante o início de aplicação de uma nova regra que torna obrigatória aulas em laboratório escolar. O referencial teórico de base é a teoria sócio-histórico-cultural da atividade, incluindo Vygotsky, Leontiev e, sobretudo, Engeström. Assim, buscamos compreender como se manifestam e porque ocorrem contradições entre experimentação e avaliação escolares nas atividades de ensino de física. Para tal, além de acompanhar os professores em aulas, com uma turma por docente, e observar reuniões da equipe de física, a presente pesquisa contou com a participação de outros membros da escola, a saber: técnico de laboratório, aluna representante de turma, coordenadora pedagógica, diretor pedagógico, coordenador geral e professor de outra unidade escolar. Os instrumentos de registros envolveram questionários, entrevistas individuais e grupo focal, além de termos utilizado os recursos auxiliares caderno de campo e gravador de áudio. Então, após organizar os dados em quatro níveis de análise (professor; equipe; unidade escolar; e escola), procuramos identificar e explicar contradições nas atividades de ensino de física nestes níveis escolares. Assim, verificamos que os professores de física resolvem problemas escolares pautados na lógica formal, de modo que atribuem sentidos que revelam visões dicotômicas e hierárquicas, assim como foi evidenciado para outros participantes. As tensões resultantes das dicotomias sugerem contradições nas atividades de ensino de física, que estão relacionadas a disputas no cotidiano escolar entre tradição (conservação) e busca de renovação (mudança) no ensino de física. Então, a partir dos resultados obtidos na análise de dados, defendemos a tese de que experimentação e avaliação possuem contradições nos sistemas de atividade do ensino de física ao nível médio para a equipe de física de uma escola pública, as quais decorrem de relações dicotômicas e hierárquicas entre teoria e prática vinculadas, sobretudo, à tradição do ensino e da ciência em suas relações com a lógica formal e a divisão entre trabalhos manuais e intelectuais.

This qualitative research involves a case study at the high school of a public school in Rio de Janeiro, in which we observe the teaching work of a team of nine physics teachers during the beginning of applying of a new rule that makes classes in the school laboratory mandatory. The basic theoretical framework is the socio-historical-cultural theory of activity, including Vygotsky, Leontiev and, above all, Engeström. Thus, we seek to understand how they manifest themselves and why there are contradictions between school experimentation and assessment in physics teaching activities. To this end, in addition to accompanying teachers in classes, with one class per teacher, and observing physics team meetings, the present research was attended by other members of the school, namely: laboratory technician, class representative student, pedagogical coordinator, pedagogical director, monitor, general coordinator and teacher of another school unit. The recording instruments involved questionnaires, individual interviews and a focus group, in addition to having used the auxiliary resources field notebook and audio recorder. Then, after organizing the data into four levels of analysis (teacher; team; school unit; and school), we sought to identify and explain contradictions in the teaching of physics activities at these school levels. Thus, we verify that the physics teachers solve school problems based on formal logic, so that they attribute meanings that reveal dichotomous views, as was evidenced for other participants. The tensions resulting from the dichotomies suggest contradictions in physics teaching activities, which are related to disputes in the school routine between tradition (conservation) and the search for renewal (change) in the teaching of physics. So, from the results obtained in the data analysis, we defend the thesis of that experimentation and evaluation have contradictions in the activity systems of physics teaching at the high level for the physics team of a public school, which result from dichotomous and hierarchical relations between theory and practice linked, above all, to the tradition of teaching and science in their relations with formal logic and the division between manual and intellectual works.