A realização de projetos de trabalho, no âmbito escolar, envolvendo, sobretudo alunos do ensino fundamental e médio, vem sendo retomada cada vez com mais frequência nos últimos anos. No entanto, ainda que muito discutida, essa proposta tem sido pouco analisada, a partir de práticas concretas em sala de aula. Além disso, há também, diferentes concepções e espaços de definição de projetos, o que também dificulta a discussão. Optamos por considerar a realização de projetos como uma estratégia educacional, em uma perspectiva ampla, e buscamos investigar suas especificidades, tanto do ponto de vista das contribuições que agrega como de suas eventuais limitações. Para isso, foi desenvolvido um estudo de caso, com alunos de primeira série do ensino médio, engajados na realização de um projeto escolar ao longo de todo um ano letivo. Como material de análise foram utilizados os registros de observação, os materiais produzidos pelos alunos e os seus próprios relatos. Os dados obtidos foram analisados do ponto de vista de duas dimensões específicas: a dinâmica de grupo e a natureza do conhecimento dos alunos. Os resultados indicam que a realização de projetos traz grandes contribuições para a formação dos alunos, especialmente no que diz respeito a competências pouco trabalhadas no ensino escolar tradicional. No entanto, o trabalho em grupo nem sempre é estabelecido de forma coletiva e muitas vezes não evolui com o passar do tempo. Além disso, essa é uma estratégia que permite agregar significado e contexto para os conceitos já adquiridos, transformando-os, e, possivelmente, contribua para a construção de conceitos científicos novos. A identificação de tais limites e potencialidades pode vir a contribuir para o planejamento adequado de projetos, redimensionando expectativas e sinalizando ações de acompanhamento

Working with projects: limits and potential