O objetivo desta pesquisa foi debater a relação de mulheres migrantes na cidade de São Paulo com a manutenção da vida, num trabalho de compreensão de suas perspectivas sobre os fatores que impactam sua saúde física e emocional, das dificuldades com as quais se deparam nos equipamentos de saúde, assim como de suas estratégias de resistência para continuarem vivas e saudáveis. Na análise dessas vivências, percebe-se violências e desigualdades conhecidas pelas brasileiras, mas que, nos corpos de mulheres imigrantes e refugiadas, somam-se a outros elementos específicos. Nesse sentido, há uma gama de esforços para a produção de saúde e sustentação de comunidades migrantes, através de redes de cuidados coletivas criadas e geridas por si próprias, que acabam por movimentar afetos e lutas cotidianas.

The aim of this research was to debate the connection between migrant women in the city of São Paulo and the perpetuation of life itself, through a work of understanding their views on the factors that impact their physical and emotional health, main difficulties they face in health services, as well as their strategies of resistance to keep themselves alive and healthy. Through the analysis of their narratives, it is noticeable they face violences and inequalities known by Brazilian women, although, in the bodies of immigrant and refugee women, they are aggregated to further specific elements of the diaspora. Thereby, there is a range of efforts created and managed by migrant women to produce health and sustain their communities throughout networks of care that move everyday affections and struggles.