Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.8.2020.tde-16102020-153029
Document
Auteur
Nom complet
Yuxi Liang
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2020
Directeur
Jury
Navarro, Eduardo de Almeida (Président)
Hasegawa, Alexandre Pinheiro
Menezes Junior, Antonio José Bezerra de
Ye, Li
Titre en portugais
As Ressonâncias do Cânone Literário na Tradução de Poesia: estudo comparativo das traduções em português e chinês das Bucólicas de Virgílio
Mots-clés en portugais
Bucólicas
Cânone literário
Chinês
Português
tradução
Virgílio
Resumé en portugais
O cânone literário é o catálogo de obras ou o grupo de poetas e escritores considerados como o padrão modelar (ou ars) a partir do qual se abre uma tradição literária em que escritores da posteridade, ao produzirem textos, apropriam-se daquele cânone por imitação e emulação. A concepção sobre o ato de traduzir no âmbito ocidental têm seguido uma tradição que se origina da Roma Antiga, em que as obras literárias costumavam ser produzidas por meio de emulação de ilustres escritores gregos para um público bilíngue. Tradução como apropriação do cânone literário estabeleceu uma linha de reflexões que chega até nós. Virgílio, com suas Bucólicas , Geórgicas e Eneida , emulando e, de certa forma, "traduzindo" os gregos, torna-se o poeta mais celebrado na poesia de língua latina, até "proximamente atrás de Homero", segundo Quintiliano ( Inst . X, 1, 85). A influência de Virgílio é de tal magnitude que o próprio latim foi elevado a uma posição sublime, e as obras virgilianas transformaram-se em matérias obrigatórias na educação de letras, sendo que seus versos foram amiúde citados, parafraseados e imitados pelos escritores medievais e renascentistas europeus no processo de criar literatura na sua própria língua vernácula e desenvolver seu cânone, como Dante no italiano e Camões no português. Neste sentido, Virgílio assumiu, segundo T.S. Eliot, a posição de "clássico universal" do cânone literário na tradição literária das línguas românicas, em que se encontra também o português. Tal papel faz com que o tradutor, ao empreender tradução de poesia, especialmente dos gêneros com vestígios de Virgílio, se recuse a abrir mão dos traços estilísticos de linguagem do poeta mantuano e termine latinizando seu próprio vernáculo. Mas tal procedimento não deve ser aplicado de forma universal, mas, sim, dentro do âmbito da tradição literária, especialmente quando o tradutor em questão não identifica Virgílio como o cânone na sua própria tradição literária. Este estudo procura identificar, nas Bucólicas de Virgílio, traduzidas em português, em verso, por um tradutor brasileiro, as decisões tomadas em que Virgílio, um poeta canônico, refletem, em comparação com a tradução das Bucólicas em chinês, uma língua em que Virgílio não faz parte nenhuma na sua história da literatura, e explicitar, também, as ressonâncias do cânone literário na sombra do qual o tradutor chinês vivia.
Titre en anglais
The Resonances of Literary Canon in Poetry Translation: comparative study of the translations in Portuguese and in Chinese of Virgils Bucolics
Mots-clés en anglais
Bucolics
Chinese
Literary canon
Portuguese
Translation
Virgil
Resumé en anglais
The literary canon is the catalog of works or the group of poets and writers established as the exemplary standard (or ars) that starts a literary tradition in which writers from the posterity, when compose their own works, approach that literary canon by imitation and emulation. The conception on the act of translation in Western scope has been following a tradition originated from Ancient Rome, in which literary works used to be composed by means of emulation of illustrious Greek writers for a bilingual public. Translation as approach to the literary canon established a lineage of thinking that comes all the way to us nowadays. Virgil, with his Bucolics , Georgics and Aeneid, emulations and, in some way, "translation" of the Greek models, becomes the most commemorated poet of Latin language, even "closely after Homer", as Quintilian put it ( Inst . X, 1, 85). Virgils influence is in such a way that Latin was uplifted to a sublime position, that his verses were repeatedly quoted, paraphrased and imitated by European writers in the Middle Age and in the Renaissance in the process of creating literature for their own vernacular languages and developing their canon, like Dante in Italian and Camões in Portuguese. In this sense, Virgil plays, as T.S. Eliot put it, the role of a "universal classic" of the literary canon in the literary tradition of Romance languages, one of which is Portuguese. This role makes the translator, especially when translating genres with Virgil's traces, refuse to let go of the stylistic features of the Mantuan poet and end up Latinizing his own vernacular. But this process should not be taken for granted as a universally applied one, but, on the contrary, only within the scope of the literary tradition, especially when the translator in question does not identify Virgil as the canon in his own literary tradition. This study aims at identifying, in Virgil's Bucolics, translated into verse by a Brazilian translator, the decision-making which reflects on Virgil as a canonical poet, in comparison with a translation of Bucolics in Chinese, a language in which Virgil has no part whatsoever in its history of literature, and also displaying the resonance of the literary canon under whose shadow the Chinese translator lived.
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Date de Publication
2020-10-16
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