O Livro do Chá (1906), de Kakuz Okakura (1863-1913), também conhecido por Okakura Tenshin, foi lançado pela primeira vez em Nova York com o título em inglês The Book of Tea. A publicação ocorreu durante a Era Meiji (1868-1912), época em que se abriram os portos para a modernização alcançar todo o país e, ao mesmo tempo, foi um momento de intensa troca com o Ocidente. Já perto do final dessa Era, o livro ensaístico estreou, despertando novas visões do Ocidente para o Oriente. Em um período histórico em que se valorizava o produto ocidental, Tenshin foi um dos primeiros japoneses a se dedicar na divulgação das tradições nipônicas. Nesta pesquisa, tivemos como questão norteadora: como podemos compreender os conceitos de arte e natureza em O Livro do Chá. Nesse sentido, além da cerimônia de chá, realizamos breves incursões sobre o universo de outras manifestações artísticas japonesas, como a pintura e a poesia, nas quais é possível observar o apreço pela natureza na cultura nipônica e detectar de que modo Tenshin as incorpora em seu livro, que prioriza a arte do chá para apresentá-la como uma expressão representativa da cultura de seu país, mostrando-se um intelectual à frente de seu tempo para confrontar a onda da modernização ocidental. Utilizamos leituras críticas de algumas linhas teóricas para desenvolver uma posição autônoma, seguindo a visão de Zanella (2013), e para tanto, destacamos como principais referências teóricas Suzuki (1973; 2017), Sen (1998; 2008; 2017), Hisamatsu (1970; 1995) e Rocha (1996; 1998)

The Book of Tea (1906), by Kakuz Okakura (1863-1913), also known as Okakura Tenshin, was released for the first time in New York, with the English title The Book of Tea. The publication took place during the Meiji Era (1868-1912), at a time when the ports were opened for modernization to reach the whole country and, at the same time, it was a moment of intense exchange with the West. Near the end of this Era, the essay book debuted, awakening new visions from West to East. In a historical period in which the western product was valued, Tenshin was one of the first Japanese to dedicate himself to the dissemination of Japanese traditions. In this research, we had as a guiding question: how can we understand the concepts of art and nature in The Book of Tea. In this sense, in addition to the tea ceremony, we made brief incursions into the universe of other Japanese artistic manifestations such as painting and poetry, in which it is possible to observe the appreciation for nature in Japanese culture and detect how Tenshin incorporates them in his book, who prioritizes the art of tea to present it as a representative expression of his country's culture, revealing that he is an intellectual ahead of his time to confront the wave of Western modernization. We made use of critical readings of several theoretical studies in a way to make possible to develop an autonomous position, following the vision of Zanella (2013), and for that, we highlight as main theoretical references, Suzuki (1973; 2017), Sen (1998; 2008; 2017), Hisamatsu (1970; 1995) and Rocha (1996; 1998)