Neste trabalho, analisamos a linguagem que emerge do encontro clínico entre médico e paciente, postulando a clínica médica como gênero híbrido, para além de seus fenômenos puramente narrativos. Estabelecendo a Poética aristotélica como principal eixo de fundamentação teórico-metodológica, observamos a clínica como um palco trágico, descortinando elementos discursivos do embate dramático entre os personagens em ação. Atribuímos à clínica médica a metáfora do labirinto e propomos três caminhos de interpretação baseados nos elementos constitutivos da tragédia aristotélica: mito (enredo), pensamento (retórica) e caracteres (personagens). Nesta trajetória escolhida, elementos da mitologia grega clássica serão agenciados para melhor elucidar a forma e o sentido da clínica e os elementos ali em performance

In this study, we examine the language that arises from the clinical encounter between physician and patient, considering the medical clinic as a hybrid genre that extends beyond its purely narrative aspects. Drawing upon Aristotelian Poetics as our primary theoretical and methodological framework, we view the clinic as a tragic stage, where discursive elements of the dramatic conflict between the characters unfold. We employ the metaphor of the labyrinth to represent the medical clinic and propose three interpretive paths rooted in the constituent elements of Aristotelian tragedy: myth (plot), thought (rhetoric), and characters. Throughout our chosen trajectory, we utilize elements from classical Greek mythology to provide deeper insights into the form and significance of the clinic and its elements in performance