Este trabalho propõe, inicialmente, uma revisão crítica da obra narrativa do contista uruguaio Horacio Quiroga (1878-1937). Tal releitura crítica organiza-se a partir da categoria da fronteira, entendida como o discurso do estabelecimento das fronteiras argentinas constituído ao longo do século XIX. Assim, a proposta é ver como este discurso reverbera na obra literária de Quiroga. Para tanto, parto da reflexão do crítico Ángel Rama (1972, 1974, 1982) sobre a transculturação, rediscutindo seu trabalho, e apropriando-me, noutra chave, dos três âmbitos de análise propostos em seu modelo: o lingüístico, o literário e o ideológico. A releitura da crítica sobre Quiroga que proponho orienta-se pois, a partir da reverberação do discurso da fronteira nos três âmbitos apontados, e supõe, na obra do escritor, uma unidade que diverge das tipologias temáticas ou curvas evolutivas (ou involutivas) a que sua obra comumente é submetida. Com este trabalho pretende-se também dar um estatuto à obra de Quiroga a partir da forma que alcance um poder explicativo maior do que o necessariamente empobrecedor como os epítetos de escritor regionalista, realista, Poe hispano-americano - advindos de leituras conteudísticas e reducionistas

Este trabajo propone, inicialmente, rediscutir la crítica de la obra narrativa del escritor uruguayo Horacio Quiroga (1878-1937). Esta relectura se organizará a partir de la categoria de frontera, entendida como el discurso del establecimiento de las fronteras argentinas constituído a lo largo del siglo XIX. Lo que propongo es analizar como ese discurso reverbera en la obra narrativa de Quiroga. Para ello, empiezo por la reflexión fundadora del crítico Ángel Rama (1972, 1974, 1982) sobre la transculturación, y rediscuto su trabajo para apropiarme - en otra clave - de los tres âmbitos de análisis propuestos en su modelo crítico: linguístico, literário e ideológico. De modo que la relectura de la crítica sobre Quiroga se orientará a partir de la reverberación del discurso de la frontera en los tres âmbitos indicados; tal relectura supondrá, además, en la obra del escritor, una unidad que va en contra de las tipologías temáticas o curvas evolutivas (o involutivas) a que su obra suele ser sometida. Con este trabajo se pretende también conferirle a la obra de Quiroga un estatuto basado en un análisis formal, que tendrá un mejor poder explicativo que los necesariamente empobrecedores basados en las lecturas a partir del contenido