A presente tese Contradições da República de Weimar: O "diálogo" entre Bertolt Brecht e Carl Schmitt à luz da peça "A Exceção e a Regra" propõe-se a trazer à luz ressonâncias políticas da República de Weimar nos dois autores, percebidas na análise intratextual e intertextual de peças didáticas de Brecht, particularmente, da peça A Exceção e a Regra. Parte-se do conceito do político, desenvolvido em uma obra de Carl Schmitt, que tange a relação amigo versus inimigo. Rastreiam-se todas as anotações feitas por Brecht acerca das possíveis encenações do texto em progresso da peça. Busca-se, na análise e interpretação do texto-base, bem como dos intra e paratextos, identificar as referências ao conceito do político em Schmitt para mostrar como esse "diálogo" se configura. E, por fim, demonstra-se que, posicionados em faixas opostas do espectro ideológico, os temas tratados pelos dois autores tocam-se, em alguns momentos. Brecht problematiza essas contingências e, com isso, mostra que especialmente suas peças didáticas servem ao objetivo, eficaz, de educar o ser humano, para redirecionar os caminhos de uma possível revolução, tendo em vista que o indivíduo pertence a um coletivo. Cabe a Schmitt, com uma atitude determinante, por meio do Direito, indicar que o indivíduo, especialmente, um soberano, pode quebrar o pacto social e determinar quem é o amigo e o inimigo e, assim, eliminar o inimigo. Com esse "diálogo" entre antagonistas, busca-se também traçar um panorama da situação política durante a República de Weimar, que se tornou novamente atual no tempo presente, marcado por regimes autoritários

The doctoral thesis Contradictions of the Weimar Republic: The "dialogue" between Bertolt Brecht and Carl Schmitt in the light of the play "The Exception and the Rule" proposes to show the political resonances of the Weimar Republic in the two authors. Those political implications are observed in the intratextual and intertextual analyses of Brecht's didactic plays, particularly The Exception and the Rule. The present work starts from the concept of the political, developed in one of the Carl Schmitt's studies, in which the friend versus enemy relationship is addressed. All of Brecht's notes on the possible progression of the play's text as taken on stage are tracked. Through analysis and interpretation of the base text, its intra-texts and the paratexts, it is intended to identify references to Schmitt's concept of the political, aiming to evident how that "dialogue" is structured. Finally, the analysis shows that, despite being antipodes in the ideological spectrum, the issues addressed by the authors eventually converge. It is up to Brecht, though, to problematize these contingencies, therefore his theater, especially the didactic plays, effectively serves the fruitful objective of educating the human being to redirect the path of a possible revolution, since the individual belongs to a collective. It falls to Schmitt, arguing with a decisive attitude, in the terms of the Law, to indicate that the individual, especially a sovereign, may cause rupture to the social pact and determine friends and enemies, thus eliminating the enemy. At the same time, an overview of the political situation experienced by the "dialogue" between the two antagonist authors during the Weimar Republic is presented, which has returned to be current in recent times, signed by authoritarian regimes.