Esta dissertação se propõe a contextualizar e analisar as imagens de "Unterwelt" presentes na obra de Yvan Goll a partir da interpretação de dois poemas de mesmo título: "Unterwelt" (1917), publicado na revista Die Aktion, e "Unterwelt" (1918), publicado no ciclo de poemas Der neue Orpheus: eine Dithyrambe (1918). Partimos do pressuposto de que há uma diversidade de figuras na poesia de Goll que são mobilizadas para dar forma a uma concepção de Unterwelt própria, calcada nas experiências poéticas e biográficas do autor. Na busca por compreender como tais figuras se mobilizam, será importante, por um lado, recuperar a trajetória do poeta, suas relações literárias e os temas que lhe foram caros durante a vida, e, por outro, sondar as razões pelas quais a imagem do Unterwelt se assenta tão bem à representação desse estágio de Modernidade. Consideramos, sobretudo, que é relevante entender como Goll se apropria do topos da descida aos infernos para criar uma concepção original de Unterwelt, fazendo parte de uma tradição de recuperação do mito e ao mesmo tempo dela se diferenciando. Por fim a proficuidade da imagem do Unterwelt na obra de Goll nos permite circular pelos textos do autor e considerar também outros textos do autor a fim de dar suporte à análise dos dois poemas escolhidos.

This dissertation intends to contextualize and analyze the images of "Unterwelt" present in Yvan Goll's work from the interpretation of two poems of the same title: "Unterwelt" (1917), published in Die Aktion magazine, and "Unterwelt" (1918), published in the cycle of poems Der neue Orpheus: eine Dithyrambe (1918). We assume that there is a diversity of figures in Goll's poetry that are mobilized to form a Unterwelt conception of his own, based on the author's poetic and biographical experiences. In the quest to understand how these figures mobilize, it will be important, on the one hand, to recover the poet's trajectory, his literary relations and the themes that were dear to him during his life, and, on the other hand, to probe the reasons why the image of the Unterwelt fits so well with the representation of this stage of Modernity. Above all, we consider it important to understand how Goll appropriates the topos of the descent into hell to create an original conception of Unterwelt, part of a tradition of myth recovery and at the same time differentiating from it. Finally, the proficiency of the image of Unterwelt in Goll's work allows us to circulate through the author's texts and also consider other author's texts in order to support the analysis of the two chosen poems.