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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.8.2022.tde-16022023-200626
Document
Auteur
Nom complet
Caio Fabiano Lopes do Valle Souza
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2022
Directeur
Jury
Hernandez, Leila Maria Gonçalves Leite (Président)
Correia, Milton Marcial Meque
Mattos, Regiane Augusto de
Moreno, Helena Wakim
Titre en portugais
Cidadania de papel: a seção de cartas do jornal moçambicano Voz Africana (1962-1964)
Mots-clés en portugais
Cidadania
Colonialismo
Imprensa
Moçambique
Subalternidade
Resumé en portugais
No colonialismo tardio, a imprensa moçambicana marcou-se por uma heterogeneidade de publicações, voltadas sobretudo ao público das classes dominantes da então província portuguesa. Uma exceção constituiu a segunda fase do jornal Voz Africana, editado na Beira a partir de 1962 e distribuído por todo o território, direcionado - a despeito das muitas dificuldades - às camadas subalternas da população. Logo após o seu ressurgimento, a seção de cartas do semanário adquiriu o protagonismo da atenção do leitorado, ensejando a impressão de cartas com desabafos, denúncias e discussões acerca das brutalidades diuturnas da situação colonial e do racismo. Mais do que isso, naquele espaço impresso pessoas de diferentes localidades procuravam compreender e sugerir mudanças capazes de ampliar os seus direitos e os de seus semelhantes, tomando por base as tímidas reformas liberalizantes colocadas em marcha pelo Estado Novo salazarista. Apesar da revogação do Estatuto dos indígenas em 1961, a cidadania, supostamente estendida à toda a população das colônias, não se concretizou na empiria cotidiana. Em busca de respeito por parte das autoridades coloniais, e articulando os novos direitos presentes no papel, missivistas ocuparam o segmento epistolar do jornal para demandar por uma dignidade historicamente vetada, constituindo, assim, uma comunidade impressa bastante polifônica e ativa. Nesta pesquisa, o foco recairá sobre os dois primeiros anos da nova roupagem do semanário, período prolífico por se situar entre o estopim da guerra de libertação em Angola, a separação de Goa e o próprio início das lutas armadas em território moçambicano.
Titre en anglais
A citizenship of paper: letters published by the Mozambican newspaper Voz Africana (1962-1964)
Mots-clés en anglais
Citizenship
Colonialism
Mozambique
Press
Subalternity
Resumé en anglais
During the late colonialism, the Mozambican press was marked by a heterogeneity of publications, aimed mainly at the public of the ruling classes of the then Portuguese "province". An exception was the second phase of the newspaper Voz Africana, published in Beira and distributed throughout the territory, aimed - despite many difficulties - at the subaltern sections of the population. Soon after its resurgence, the weekly letter section acquired the leading role of the readership, giving rise to the printing of letters with outbursts, denunciations and discussions about the daily brutalities of the colonial situation and racism. More than that, in that printed space, people from different locations sought to understand and suggest changes capable of expanding their rights and those of their peers, based on the timid liberalizing reforms put in place by Salazar's Estado Novo. Despite the repeal of the Estatuto dos indígenas in 1961, citizenship, supposedly extended to the entire population of the colonies, did not materialize in everyday practice. In pursuit of respect from the colonial authorities, and articulating the new rights present at least on paper, letter writers occupied the epistolary segment of the newspaper to demand a historically vetoed dignity, thus constituting a very polyphonic and active printed community. In this research, the focus will be on the first two years of the new look of the newspaper, a prolific period as it lies between the trigger of the war of liberation in Angola and Goa and the very beginning of the armed struggles in Mozambican territory.
 
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Date de Publication
2023-02-16
 
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