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Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.8.2023.tde-10072024-185421
Documento
Autor
Nome completo
Umberto Ribeiro Reis Samogin Vieira
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2023
Orientador
Banca examinadora
Zeron, Carlos Alberto de Moura Ribeiro (Presidente)
Muhana, Adma Fadul
Santos, Eduardo Natalino dos
Velloso, Gustavo
 
Título em português
A conquista da Amazônia e o padre Antônio Vieira: indígenas, escravidão e profecias no cumprimento do Quinto Império (1652-1662)
Palavras-chave em português
Companhia de Jesus
Conquista da Amazônia
Conversão indígena
Escravidão
Estado de exceção
Estado do Maranhão e Grão-Pará
Império português
Legislação Indigenista colonial
Missões jesuíticas
Padre Antônio Vieira
Quinto Império
Resumo em português
Compreendemos aqui a conquista da Amazônia como o processo de expansão e conservação da colonização portuguesa na América, por meio do qual a região se conectou ao Império português e ao Sistema Mundial. Em nosso caso de estudo, facilitado pelas epidemias, esse elo entre conquista e colonização foi forjado pela guerra, pelo comércio e pela catequização em busca do trabalho, dos recursos e da salvação dos índios. A interação desses mecanismos foi percebida na dinâmica da Missão da Companhia de Jesus, na medida em que ela ilumina fronteiras e caminhos da formação, do funcionamento e da inserção dessa sociedade colonial específica e de seu Estado do Maranhão e Grão-Pará na Monarquia lusitana durante a crise da Restauração. Além disso, essa ênfase na missão inaciana ilumina dimensões da situação da Coroa e da região no Sistema Mundial em construção. Esses horizontes se abrem pelo prisma do testemunho engenhoso e sistêmico do Padre Antônio Vieira, superior dessa missão entre 1652 e 1662. Da crítica desse testemunho extraímos duas lógicas históricas. Primeira, como sua política indigenista na lei 1655, pretendia implantar a tutela jesuíta sobre toda a sociedade colonial, buscando direcionar a inimizade racial que aliava a branquitude colonial no recrutamento e manutenção dos braços indígenas no Estado e pacificando suas fronteiras em Marajó e Ibiapaba. Um equilíbrio esgarçado pelos colonos no uso da Missão jesuítica como cabeça de ponte para a guerra colonial em nome de um permanente Estado de necessidade, forma assumida pela exceção na região. Segunda, a lógica de seu projeto imperial, político e profético, arquitetado na profecia do Quinto Império, vinculada à conversão efetiva dos judeus e dos gentios. Para que os primeiros repatriassem seus capitais e os segundos contribuíssem com sua força de trabalho. Para Vieira, então, o Quinto Império era o Império português de seu tempo, remediado por reformas, bafejado por prodígios e alavancado pela conversão da Amazônia. Ela seria a porta de salvação de Portugal e do resto do Mundo
 
Título em inglês
The Amazon conquest and Father Antonio Vieira: indigenous, slavery and prophecies in the fulfillment of the Fifth Empire (1652-1662)
Palavras-chave em inglês
Amazon conquest
Father Antonio Vieira
Fifth Empire
Indigenist colonial legislation
Indigenous conversion
Jesuit missions
Portuguese Empire
Slavery
Society of Jesus
State of exception
State of Maranhão and Grão-Pará
Resumo em inglês
We assumed the Amazon conquest as the process of expansion and conservation of Portuguese colonization in America, with which the region was connected to the Portuguese Empire and the World System. In our case study, facilitated by epidemics, this link between conquest and colonization was forged by war, trade and catechization aiming for work, resources and salvation of the Indians. The interaction of these mechanisms was perceived in the Jesuit mission dynamics, as it enlightens the boundaries and paths of the formation, functioning and insertion of this specific colonial society and its State of Maranhão and Grão-Pará in the Lusitanian Monarchy during the Restoration crisis. Moreover, this emphasis on the Ignatian mission enlightens dimensions of the Crown´s situation and the region in the World System under construction. These horizons are opened through the prism of the ingenious and systemic Father Antonio Vieira's testimony, superior of this mission between 1652 and 1662. From the critique of this testimony we draw two historical logics. The former, as its indigenist policy in the 1655 law, he intended to implant Jesuit tutelage over the colonial society, seeking to direct the racial enmity which allied colonial whiteness in the recruitment and maintenance of indigenous arms in the State and pacifying its borders in Marajó and Ibiapaba. A balance frayed by the settlers in the use of the Jesuit mission as a bridgehead for colonial warfare in the name of a permanent State of necessity, the avatar of exception on the region. The latter, the logic of his imperial, political and prophetic project, architected in the prophecy of Fifth Empire, bound to the conversion of Jews and Gentiles, in order to repatriate the former's capitals and to exploit the latter's labour power. To Vieira, hence, the Fifth Empire was the Portuguese Empire of his time, remedied by reforms, blessed by prodigies and leveraged by the Amazon conversion. It would be the way out to save Portugal and the rest of the world
 
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Data de Publicação
2024-07-10
 
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