Este estudo contribui para compreensão de dois aspectos fundamentais do desenvolvimento do capitalismo no Brasil entre 1940 e 1980: a industrialização e a estruturação nacional do mercado de trabalho. Através de densa pesquisa empírica com as informações estatísticas compiladas nos censos demográficos, industriais e nos microdados da PNAD buscamos demonstrar a trajetória histórica de estruturação do mercado de trabalho no Brasil ao longo das quatro décadas do recorte cronológico selecionado. Remontamos as mudanças na estrutura do emprego e a dinâmica de expansão da relação salarial, com ênfase no cotejo entre os distintos ritmos de expansão do assalariamento praticados em São Paulo e na Bahia. Essa análise nos permitiu demonstrar como a população ocupada esteve, ao longo de todo o período, fortemente segmentada entre as atividades organizadas em torno do capital e uma miríade de atividades não capitalistas. As evidências empíricas também nos permitiram constatar que a principal marca do subdesenvolvimento, a manutenção da heterogeneidade estrutural, tinha contornos mais acentuados na periferia nacional do que no núcleo dinâmico da economia brasileira.

This study contributes to the understanding of two fundamental aspects of the development of capitalism in Brazil between 1940 and 1980: industrialization and the national structuring of the labor market. Through dense empirical research with statistical information compiled in the demographic and industrial censuses and in the PNAD micro data, we seek to demonstrate the historical trajectory of the structuring of the labor market in Brazil over the four decades of the selected chronological cut. We show the changes in the structure of employment and the dynamics of salary expansion, with emphasis on the comparison between the different rhythms of wage expansion practiced in São Paulo and Bahia. This analysis allowed us to demonstrate how the occupied population was, throughout the period, strongly segmented between activities organized around the capital and a myriad of non-capitalist activities. Empirical evidence also allowed us to see that the main mark of underdevelopment, the maintenance of structural heterogeneity, had more marked outlines in the national periphery than in the dynamic core of the Brazilian economy.