Essa dissertação de mestrado apresenta a trajetória de transformações da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) e do pensamento da geografia urbana que levaram à inserção e à participação da associação na luta pela reforma urbana, no contexto das discussões da Constituinte, do Movimento Nacional de Reforma Urbana e do Fórum Nacional de Reforma Urbana. Entendemos que o caminho que levou a AGB a atuar nesse movimento da sociedade do final da década de 1980 tem aspectos teóricos e práticos, entendidos em uma relação dialética. Nesse sentido, muitos geógrafos viram a necessidade de desenvolver uma ciência alinhada com a práxis social, o que não ocorreu sem embates internos e sem resistência em um contexto de ditadura militar. Para resgatar esse caminho teórico e prático buscamos relacionar a atuação da AGB às abordagens adotadas pela geografia urbana em diferentes momentos, além das atividades profissionais dos geógrafos ligadas ao urbano e as cidades. Por fim, entendemos que o envolvimento da AGB na luta pela reforma urbana apresentou limitações, pois a participação foi de alguns geógrafos que estavam dentro da AGB e não da Associação de forma coesa.

This master's dissertation presents the trajectory of transformations of the Association of Brazilian Geographers (AGB) and the thought of urban geography that led to the insertion and participation of the association in the struggle for urban reform, in the context of the discussions of the Constituent Assembly, the National Movement for urban reform and the National Forum for urban reform. We understand that the path that led AGB to act in this movement of society of the late 1980s has theoretical and practical aspects, understood in a dialectical relationship. In this sense, many geographers saw the need to develop a science aligned with social praxis, which did not occur without internal clashes and without resistance in a context of military dictatorship. To rescue this theoretical and practical path we seek to relate the action of the AGB to the approaches adopted by urban geography at different times, in addition to the professional activities of Geographers linked to urban and cities. Finally, we understand that the involvement of the AGB in the struggle for urban reform presented limitations, since the participation was of some geographers who were within the AGB and not the Association in a cohesive way.