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Mémoire de Maîtrise
DOI
https://doi.org/10.11606/D.8.2015.tde-09062015-120421
Document
Auteur
Nom complet
Fabio Marcio Alkmin
Adresse Mail
Unité de l'USP
Domain de Connaissance
Date de Soutenance
Editeur
São Paulo, 2015
Directeur
Jury
Valverde, Rodrigo Ramos Hospodar Felippe (Président)
Bombardi, Larissa Mies
Santos, Carlos José Ferreira dos
Titre en portugais
Por uma geografia da autonomia: a experiência de autonomia teritorial zapatista em Chiapas, México
Mots-clés en portugais
América Latina
Autonomia
EZLN
Movimentos indígenas
Território
Resumé en portugais
Observa-se nas últimas três décadas a emergência política de diversas organizações indígenas nos países latino-americanos. Um divisor de águas desse fenômeno foi o levante armado do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em 1994, no estado de Chiapas (México). Entre as demandas já tradicionais dos povos indígenas, como a questão da permanência à terra, o movimento zapatista incluiu em sua pauta política a reivindicação por autonomia, entendida, nesse contexto, como um distinto regime jurídico-territorial que permita aos povos indígenas mexicanos o exercício concreto da autodeterminação. Após o fracasso na aprovação de uma lei que definisse os marcos legais desse regime, os zapatistas decidem consolidar unilateralmente a autonomia que já vinham desenvolvendo em suas comunidades, desde o final de 1994. A partir dessa autonomia em resistência suprimiram qualquer tipo de relação com o Estado. As mudanças dessas relações de poder se projetaram no espaço, onde, a partir da conformação de comunidades, municípios e zonas autônomas, criaram-se governos paralelos zapatistas, operantes até a presente data. O objetivo da pesquisa foi o de analisar a organização espacial destes territórios autônomos e as relações sócio-espaciais ali travadas, especialmente no que se refere à posse da terra e a divisão social do trabalho e da produção, tentando esquadrinhar, na medida do possível, os limites e potencialidades que o modelo autonômico oferece a outros grupos indígenas. Nosso embasamento teórico e histórico partiu da revisão bibliográfica já produzida a respeito predominantemente mexicana- além de um trabalho de campo nos territórios zapatistas. Metodologicamente buscamos compreender a gênese dos processos e das contradições sociais que fomentaram o surgimento do EZLN com base na ideia de formação territorial e a partir dos pressupostos da Geografia Histórica, ainda que nossa argumentação também tenha dialogado fortemente com a Geografia Agrária e Política. Soma-se a este esforço a tentativa de compreensão dos recursos ideológicos utilizados para o submetimento destas populações ao longo do processo de formação do Estado. A pesquisa apontou aspectos inovadores na estratégia política zapatista, entre elas a própria ideia de autonomia, que há possibilitado o empoderamento das comunidades indígenas frente aos modernos processos de despossessão territorial, entre outros fatores. Em contrapartida, na atual conjuntura política de Chiapas, os territórios autônomos demonstramse com limitações estruturais de ordem econômica, o que, somado a uma nova ofensiva de forças chiapanecas refratárias ao projeto zapatista, vem dificultando, a nosso ver, o desenvolvimento das instituições autônomas e de novos projetos produtivos.
Titre en anglais
For a geography of autonomy: the Zapatistas territorial autonomy experience in Chiapas, Mexico
Mots-clés en anglais
Autonomy
EZLN
Indigenous Movements
Latin America
Territory
Resumé en anglais
In the last three decades, there was a political emergence of many indigenous organizations around Latin-American countries. This phenomenons watershed moment was the armed uprising of the Zapatista National Liberation Army (EZLN), in Chiapas (Mexico), 1994. Between the already traditional demands posed by indigenous people, as a separate legalterritorial arrangement that would allow Mexican indigenous people the concrete exercise of self-determination. After fail to approve a law that could define this regimes legal frameworks, the Zapatistas decided to consolidate unilaterally the autonomy that has been developed in their communities, since the end of 1994. From the so-called autonomy of resistance, they broke any sort of relation with the State. The changes of this power relationship are projected on a territory where, from the formation of communities, municipalities and autonomous regions, parallel governments had been set and still operating to that date. The objective of this research was to analyze the spatial organization of these autonomous territories and the socio-spatial relations there developed, especially with regard to land tenure and the division of labor and production, trying to scrutinize, to the possible extent, the limits and potentials that the autonomic model offers other indigenous groups. Our theoretical and historical knowledge was based upon a review of already established literature - predominantly Mexican authors - associated to fieldwork in Zapatista territories. Methodologically, we seek to understand the genesis of the processes and social contradictions that fostered the emergence of the EZLN by relying upon the idea of territorial formation and the assumptions of historical geography, although our argument also strongly dialogs with those of agrarian and political geography. In addition to that lies the effort to understand the ideological resources used for the subjugation of these peoples in the process of state formation. The research pointed to innovative aspects in Zapatista political strategy, including the very idea of autonomy, which enabled the empowerment of indigenous communities facing modern processes of territorial dispossession, among other factors. Simultaneously, there have been observed economic structural limitations in the current political situation in Chiapas, which associated to a new offensive of "chiapaneca paramilitary forces to the Zapatista project is a hurdle to the development of autonomous institutions and new production projects according to my point of view.
 
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Date de Publication
2015-06-09
 
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