O objetivo desta tese é apresentar, discutir e analisar as ações internacionais dos Estados Unidos no combate às drogas, principalmente na América Latina. Para alcançarmos esse objetivo, a tese foi dividida em duas partes; a primeira apresenta conceitos e temas sobre a Geografia e Geopolítica das Drogas, realizando uma historiografia sobre as relações humanas e as drogas, construindo didaticamente os processos de proibição de algumas substâncias ao longo da História e, posteriormente, o papel das instituições multilaterais diante dessa problemática. Na segunda parte, trabalhamos com a hipótese de que os Estados Unidos, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da década de 1970 firmaram um modelo imperialista de política internacional de combate às drogas pela via da segurança e defesa internacional. Essas políticas tiveram apoio dos Estados nacionais, pois as elites locais (econômicas e políticas) sempre estiveram de acordo com tais propostas. Para corroborar tal hipótese, foram apresentados e estudados dois programas militares/institucionais de ação direta dos Estados Unidos para América Latina, a Iniciativa Andina e o Plano Colômbia. Como procedimento metodológico, foram analisados diversos documentos, como relatórios do Departamento de Estado norte-americano sobre as operações realizadas nos países latino-americanos, os Relatórios Mundiais de Drogas da ONU e artigos jornalísticos, vistos sob o prisma de estudos teóricos de diversos ramos das Ciências Humanas, como a Geografia, a História, o Direito e as Relações Internacionais. Em nosso percurso, mostramos como a guerra às drogas deu espaço para que os Estados Unidos pudessem influenciar direta e indiretamente as políticas na América Latina, além de ampliar seu conhecimento sobre os territórios do continente americano nos aspectos políticos, sociais, culturais e de suas riquezas naturais.

This thesis aims to present, discuss, and analyze the international actions of the United States in the fight against drugs, especially in Latin America. In order to achieve this goal, the thesis was divided into two parts: the first presents concepts and themes about the Geography and Geopolitics of Drugs, performing historiography on human relations and drugs, didactically constructing the processes of prohibition of some substances throughout History and, later, the role of multilateral institutions in the face of this problem; in the second part, we worked with the hypothesis that the United States, through the United Nations (UN), from the 1970s onto, signed up an imperialist model of international policy to fight drugs through global security and defense. These policies were supported by national states, as local elites (both economic and political) have always been following these proposals. To corroborate this hypothesis, two military/institutional programs of a direct action of the United States for Latin America, the Andean Initiative and Plan Colombia, were presented and studied. As a methodological procedure, several documents were analyzed, such as reports from the U.S. State Department on operations carried out in Latin American countries, the UN World Drug Reports, and journalistic articles viewed from the perspective of theoretical studies from various branches of Human Sciences, such as Geography, History, Law, and International Relations. In our course, we show how the war on drugs gave space for the United States to influence policies directly and indirectly in Latin America, in addition to expanding its knowledge of the territories of the American continent in the political, social, cultural, and natural riches aspects.