Partindo de conversas e reflexões ao redor de quatro conjuntos de coisas mapuche, objetos etnográficos aqui entendidos como mogen (seres vivos), esta tese discute a formação de alguns acervos de museus, questionando os contornos coloniais das coleções. Mais especificamente, pergunta pelas consequências do colecionismo a partir de elaborações realizadas com colaboradores mapuche. Tendo o colonialismo como objeto de inquérito, esta tese explora não só uma série de relações que se assentam ou que se dão na vizinhança das coisas, como reflete sobre as condições de vida dos espíritos, das linhagens e dos conhecimentos, entre outros, associadas e afetadas pelas coleções. Esta pesquisa se deu em estreito diálogo e colaboração com o Museu Mapuche de Cañete Ruka Kimvn Taiñ Volil Juan Cayupi Huechicura, e em especial com Rosa Huenchulaf, então responsável pela área educativa do museu.

Based on conversations and reflections around four sets of Mapuche things, ethnographic objects understood here as mogen (living beings), this thesis discusses the formation of some museum collections, questioning their colonial contours. More specifically, it asks about the consequences of collecting based on elaborations carried out with Mapuche collaborators. Having colonialism as an object of inquiry, this thesis explores not only a series of relationships that are based or that take place in the vicinity of things, but also reflects on the living conditions of spirits, lineages and knowledge, among others, associated and affected by collections. This research took place in close dialogue and collaboration with the Mapuche Museum of Cañete Ruka Kimvn Taiñ Volil Juan Cayupi Huechicura, and in particular with Rosa Huenchulaf, then responsible for the museum's educational area.