A presente tese estuda a questão do tempo em seis filmes, que compõem duas trilogias dos cineastas palestinos, Elia Suleiman e Kamal Aljafari. No cruzamento dos regimes de visibilidade e temporalidade no qual a Palestina situou-se após a Nakba, busca-se mapear nas obras figuras temporais que permitam uma leitura política da experiência coletiva do desaparecimento e do trauma. A compreensão da catástrofe-em-continuidade, que não se circunscreve à data como momento do trauma, fundamenta a ideia de que os dois cineastas produzem uma obra estética que contém indícios da abertura de um espaço próprio à política em meio às ruínas.

This thesis studies the issue of Time in six films that compose two trilogies of the Palestinian filmmakers Elia Suleiman and Kamal Aljafari. At the crossroad of the regimes of visibility and temporality in which Palestine has locate itself after the Nakba, we aim at mapping in these works the temporal figures that allow a political understanding of the collective experience of disappearance and trauma. The comprehension of the catastrophe-as-continuitiy, that is not enclosed in the date as a traumatic moment, asserts the idea that both filmmakers produce an aesthetic work that contains signs of the opening of a space for politics amongst the ruins.