Trata-se de demonstrar como Hegel, na Fenomenologia do Espírito, desloca o conceito de experiência de sua acepção tradicional. Por incluir nesse conceito a determinação histórica e social, assim como a noção de retroatividade, Hegel situa a experiência para além dos limites da representação, isto é, já não se trata mais apenas de um sujeito que faz a experiência de seu objeto enquanto outro, pois não se limita às coordenadas da finitude e também não se ilude com a tentativa de apreender o objeto em-si. Além disso, através do conceito de experiência compreendido desta maneira, busca-se argumentar como a Fenomenologia do Espírito não é uma obra em contradição com o sistema maduro, nem mesmo superada. Ao contrário, trata-se de compreender como a dialética da consciência e do espírito que acompanhamos ao longo da obra é o pressuposto constante do sistema

This dissertation seeks to demonstrate how Hegel, in the Phenomenology of Spirit, displaces the concept of experience from its traditional meaning. By including historical and social determination in this concept, as well as the notion of retroactivity, Hegel places experience beyond the limits of representation, that is, it is no longer just a matter of a subject experiencing his object as other because it is not limited to the coordinates of finitude and also does not deceive itself with an attempt to apprehend the object in-itself. In addition, the concept of experience understood in this way seeks to argue how the Phenomenology of Spirit is not a work in contradiction with the mature system, nor even surpassed. On the contrary, it is about understanding how the dialectic of consciousness and spirit that we follow throughout the work is the constant presupposition of the system