Tanto a arte quanto a magia operam, para Warburg, a passagem da fobia à orientação, promovida por uma linguagem que a racionaliza. Ambas são formas do pensamento simbólico, que se manifesta sob dois aspectos da cultura fundamentais: a orientação humana e a expressão de seus afetos. Esta pesquisa buscou investigar a relação entre arte e magia como funções polares que exprimem o "espaço de pensamento" [Denkraum], bem como a identificação warburguiana do mote "Per monstra ad sphaeram" como uma lei. O objetivo foi estabelecer uma ponte entre tal lei, o papel da memória no arcabouço conceitual de Warburg e a centralidade do conceito de polaridade, que justifica o epíteto dado pelo próprio autor a sua pesquisa: "iconologia dos intervalos".

Both art and magic operate, for Warburg, the passage from phobia to orientation, promoted by a language that rationalizes it. Both are forms of symbolic thought, which are manifested in two fundamental aspects of culture: human orientation and the expression of affections. This research sought to investigate the relationship between art and magic as polar functions that express the "space of thought" [Denkraum], as well as the Warburgian identification of the motto "Per monstra ad sphaeram" as a law. The objective was to establish a bridge between this law, the role of memory in Warburg's conceptual framework and the centrality of the concept of polarity, which justifies the epithet given by the author to his research: "iconology of intervals".