Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.8.2010.tde-03032011-150759
Documento
Autor
Nome completo
Bruno Costa Simões
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2010
Orientador
Banca examinadora
Terra, Ricardo Ribeiro (Presidente)
Cohn, Gabriel
Frateschi, Yara Adario
Melo, Rurion Soares
Repa, Luiz Sergio
Título em português
A recusa teimosa: ensaios sobre o pensamento conservador
Palavras-chave em português
Carl Schmitt
Conservadorismo
Filosofia política
Leo Strauss
Modernidade
Thomas Hobbes
Resumo em português
O presente estudo parte da proposta de um pacto narrativo com o leitor, envolvendo uma dupla operação: renunciar, provisoriamente, o formato usual de uma tese dirigida contra ou a favor do pensamento conservador (sem perder de vista o posicionamento político e filosófico em questão), e assumir, enquanto isso, a complexidade da perspectiva de autores que se apropriaram e polemizaram questões políticas e temas filosóficos tendo em vista o seu tempo. Quanto ao gênero em questão, a proposta de desenvolver uma reunião de ensaios procura delimitar as configurações teóricas que permitiram o incremento de um pensamento conservador. A partir das leituras que Carl Schmitt e Leo Strauss estabeleceram sobre a filosofia de Thomas Hobbes, uma das principais problematizações tratadas aqui é a que vê na filosofia hobbesiana a fundação do liberalismo. Para tanto, a questão da adesão ou da separação entre a filosofia política e a filosofia natural torna-se bastante polêmica no tratamento que ambos os intérpretes dão a Hobbes. Como críticos dos rumos da política contemporânea, Schmitt e Strauss entenderam a instauração filosófica do racionalismo moderno como a base teórica que permitiu, a um só tempo, a consolidação de um Estado político que superou a ordem passada, o incremento de um regime absoluto de dominação da sociedade e a abertura que viabilizou, pelo desenvolvimento técnico da nova ciência da natureza e pelo rebaixamento moral da finalidade da vida humana, a ascensão liberal. Como uma tentativa de compreensão da força e das consequências que tais intérpretes tiveram, o presente estudo ainda explora uma recepção crítica brasileira da obra de Strauss que questiona e limita a interpretação da fundação hobbesiana do liberalismo.
Título em inglês
The stubborn refusal: essays on conservative thought
Palavras-chave em inglês
Carl Schmitt
Conservatism
Leo Strauss
Modernity
Political philosophy
Thomas Hobbes
Resumo em inglês
This study proposes a narrative pact with the reader, involving a double operation: a temporary renouncement of the usual format of a thesis directed against or in favour of conservative thinking (without losing sight of the political and philosophical positioning in question), and assuming, meanwhile, the complexity of the perspective of authors who take political issues and philosophical subjects aiming at polemizing and debating problems that belong to their own times. As to the literary genre, the proposal of making up a set of essays aims to delimit the theoretical settings that enabled the development of a conservative thought. Considering the interpretations that Carl Schmitt and Leo Strauss set out concerning the philosophy of Thomas Hobbes, a major question treated here is that which sees the Hobbesian philosophy as the foundation of liberalism. For this purpose, the issue of adherence or separation between political philosophy and natural philosophy becomes quite provocative in the way both authors treat Hobbes. As critics of the contemporary political directions, Schmitt and Strauss consider the settlement of modern philosophical rationalism as the theoretical basis that made at the same time possible the consolidation of a political State that overcame the former order of politics, the instauration of an absolute regimen of domination of the society and, finally, the breach which, through the technical improvement of the new science of nature and the debasement of the moral purpose of human life, made the liberal ascension feasible. As an attempt to understand the strength and the consequences that such interpreters had, this study also explores the Brazilian critical reception of the works of Strauss, which discusses and delimits the interpretation of the Hobbesian foundation of liberalism.
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Data de Publicação
2011-03-03