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Tese de Doutorado
DOI
https://doi.org/10.11606/T.8.2011.tde-01072011-142723
Documento
Autor
Nome completo
Caio Caramico Soares
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
São Paulo, 2010
Orientador
Banca examinadora
Silva, Franklin Leopoldo e (Presidente)
Matos, Olgaria Chain Feres
Safatle, Vladimir Pinheiro
Souza, Thana Mara de
Yazbek, André Constantino
 
Título em português
Evangelhos da revolta. Camus, Sartre e a remitologização moderna
Palavras-chave em português
Camus
Mito
Religião
Revolta
Sartre
Resumo em português
O presente trabalho é uma análise das obras de Albert Camus e de Jean-Paul Sartre sob o ângulo do que o crítico russo E. M. Mielietínski designou, em sua A Poética do Mito, de remitologização moderna, fenômeno de revalorização do mito, forma de discurso e de pensamento supostamente arcaica, mas que, em pleno século XX era que deveria marcar o auge da dessacralização e autonomização racional do homem, ressurge como representação poderosa de explicitação da condição humana e do tempo presente. Um ressurgimento mais patente na literatura com as obras de Joyce, Kafka e Thomas Mann, entre outros, crítica literária e ciências humanas (especialmente a psicologia freudiana e junguiana e a etnologia), mas que também intervém de maneira significativa na filosofia ocidental, em bases que nos propomos a abordar em suas figurações particulares em Albert Camus e Jean-Paul Sartre. A célebre querela entre os dois, por conta da publicação por Camus de O Homem Revoltado, em 1952, oferece o contexto objetivo para uma investigação que, contudo, vai além de tal episódio, e mesmo das diferenças exclusivamente ideológicas e filosófico-doutrinais ali em questão. Tomando por eixo privilegiado de análise justamente O Homem Revoltado, pretendemos estudar os principais aspectos da armação mitopoética da obra, à luz de suas ressonâncias em outras obras do autor, para depois lançar pistas para um cotejo deste específico "mitologismo moderno" que também propomos desvendar enquanto fenômeno de "camuflagem do sagrado", segundo Mircea Eliade com o que Sartre apresenta especialmente na peça As Moscas, em suas concepções dramatúrgicas em geral e também em textos como "Erostrato" e o "Prefácio" de Os Condenados da Terra, de Frantz Fanon, no que nos propomos chamar de a antropo(a)gonia mítica sartriana, calcada no valor simbólico da violência para a gênese do humano, em contraste com a "nostalgia participativa" que, em Camus, une os homens entre si e com a Natureza.
 
Título em inglês
Gospels of the revolt. Camus, Sartre and modern remythologization
Palavras-chave em inglês
Camus
Myth
Religion
Revolt
Sartre
Resumo em inglês
This thesis analyzes the works of Albert Camus and Jean-Paul Sartre by the perspective designated by the Russian critic E.M. Mielietínski in his book The Poetics of Myth, as modern remythologization, the phenomenon of revalorization of myth, a form of discourse and thought supposedly archaic but that in the 20th century an era that should mark the apex of man's secularism and rational autonomy reemerges as a powerful representation of the universal human condition and/or the present time. An evident resurgence in literature through the works of Joyce, Kafka and Thomas Mann, among others literary criticism and the humanities (especially Jungian Freudian and psychology as well as ethnology) but one that also intervenes in a significant manner in Western philosophy, on foundations which we propose to approach through the particular case of Albert Camus and Jean-Paul Sartre. The famous quarrel between the two, due to Camus's publication of The Rebel in 1952, offers the objective context for an investigation that reaches beyond that episode and the exclusively ideological differences and philosophical doctrines in question. Privileging an analysis of The Rebel, we intend to study the principal aspects of the book's mythic-poetic motif, in light of its resonance with the author's other works, in order to set the stage for a comparison of this specific "modern mythology" which we further propose to reveal using the "camouflage of the sacred" phenomenon, according to Mircea Eliade with that which Sartre presents, particularly in the theatrical piece The Flies, in his dramaturgical concepts in general and also in written works such as "Erostrato" and the preface to Franz Fanon's Wretched of the Earth, in what we propose to call the mythic Sartrian anthropo(a)gonv, draped in the symbolic value of violence to the human genesis, in contrast with the "participatory nostalgia" which, in Camus, unites men within themselves and Nature.
 
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Data de Publicação
2011-07-01
 
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