A dissertação desenvolve algumas perspectivas da análise dos gêneros ficcionais, compreendidos como formas culturais compartilhadas simbolicamente por indivíduos, através da cultura de massa. Para tanto, constrói uma interpretação da narrativa policial que privilegia seus aspectos socioculturais. O texto traca o painel da constituição do gênero, mostrando seu desenvolvimento histórico no cenário de urbanização europeia e norte-americana dos seculos xix e xx, bem como os personagens paradigmáticos, os principais temas e autores. Em seguida, analisa a aclimatação da narrativa policial e seus desdobramentos no caso brasileiro, com ênfase para a obra de um autor significativo - Ruben Fonseca. A dissertação busca abordar especificamente o problema do regime de funcionamento de um gênero que, surgido numa dada sociedade e num período histórico específico, e deslocado para outros locais através da globalização da cultura de massa. A análise aponta como esta operação levanta elementos importantes para uma análise comparativa de distintas configurações socioculturais, explorando as contradições entre o modelo narrativo original e sua apropriação no contexto da urbanização brasileira do pós-guerra

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