O presente estudo divide-se em quatro capítulos. O primeiro discute a relação entre os conceitos casa, intimidade, ética do habitar, subjetividade e devaneios de casas, para problematizar a realidade da habitação no contexto do modo de vida provisório no Brasil. O segundo capítulo, analisa as vivências cotidianas de trabalhadores sem teto numa ocupação urbana em Campinas (Vila Lídia), ocorrida em 1994. O capítulo seguinte procura compreender as lutas pelo direito à habitação destes trabalhadores a partir de suas histórias de vida, privilegiando as lembranças de casas, intensamente marcadas por situações de despejos. O quarto e último capítulo interpreta os significados dos devaneios do habitar, imagens de casas em projetos de vida futura, revelando-se como resistências objetivas e subjetivas contra a dura realidade da habitação provisória. São representações simbólicas de como planejam instituírem-se sujeitos com teto, praticar uma intimidade e ética do habitar presente na cultura do chefe provedor da família das classes trabalhadoras urbanas, sendo este último tema de pesquisa amplamente investigado pelas ciências sociais.

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