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Dissertação de Mestrado
DOI
https://doi.org/10.11606/D.74.2021.tde-16022022-100151
Documento
Autor
Nome completo
Danny Alexander Rojas Moreno
E-mail
Unidade da USP
Área do Conhecimento
Data de Defesa
Imprenta
Pirassununga, 2021
Orientador
Banca examinadora
Gameiro, Augusto Hauber (Presidente)
Agostinho, Feni Dalano Roosevelt
Nunes, Rubens
Título em português
Avaliação econômica e emergética da ovinocultura paulista
Palavras-chave em português
Contabilidade biofísica
Decrescimento econômico
Economia ecológica
Gestão de custos
Pressão ambiental
Resumo em português
A ovinocultura tem demostrado um papel de destaque no setor agropecuário brasileiro nas duas últimas décadas. Contudo, o crescimento da população, o aumento da demanda de produtos alimentares e o sistema econômico atual, têm forçado os ovinocultores a implementar estratégias e tecnologias que aumentem sua produtividade e eficiência, para se manterem ativos no mercado. Apesar disso, em um mundo com recursos finitos e limites biofísicos, o crescimento econômico contínuo torna-se insustentável, repercutindo de maneira negativa o simples incremento da produtividade e do consumo na degradação dos ecossistemas naturais. Neste sentido, o presente estudo teve dois objetivos principais: i) realizar diagnóstico do desempenho econômico e ambiental da produção de cordeiros de corte sob diferentes níveis de tecnificação no Estado de São Paulo, Brasil; e ii) propor um novo esquema de alocação dos fluxos emergéticos baseado nos tipos de custos segundos os preceitos da Teoria Econômica Neoclássica. Foram realizadas visitas a campo com entrevistas aos proprietários de três propriedades características do estado de São Paulo (sistemas denominados: Intensivo, Confinamento e Semi-intensivo). Por outro lado, na proposta conceitual foram utilizados conceitos teóricos tanto como da Teoria dos Custos e da Síntese em Emergia. Na análise econômica foram considerados todos os itens de custo, divididos em: custos variáveis (VCost); custos fixos operacionais (FCost); e remuneração de fatores de produção (capital variável, fixo e da terra); sendo o custo total (TCost) a somatória de todos os custos envolvidos na produção. Além dos custos, foram levados em consideração indicadores de desempenho econômico, como: lucro líquido (NProf) e a relação custo-benefício (CBR). Em relação à avaliação de desempenho ambiental foi utilizada a Síntese em Emergia, sendo calculados índices: Transformidade (Tr), Renovabilidade (%Ren), Razão de rendimento emergético (EYR), Razão de investimento emergético (EIR), Razão de carga ambiental (ELR), Índice de sustentabilidade emergético (ESI), e Índice de intercâmbio emergético (EER). As análises foram realizadas no software Microsoft Excel®, a partir da caracterização de cada uns dos sistemas avaliados. Observou-se que o sistema Semi-intensivo foi o único sistema que apresentou prejuízo econômico, com um NProf de US$ -7.922, exibindo um CBR de -0,10. Em contraste, Confinamento e Intensivo apresentaram lucros positivos de US$ 9.845 e US$ 4.287, na devida ordem, obtendo CBR de 0,06 e 0,05, respetivamente. No desempenho ambiental, Semi-intensivo foi aquele que apresentou a maior renovabilidade (%Ren = 30,63%), seguido de Confinamento (22,46%) e Intensivo (19,81%). Quanto à dependência do sistema econômico, Confinamento foi a propriedade mais dependente (EIR = 101,01), seguida por Intensivo e Semi-intensivo (11,94 e 5,75). Por outo lado, Intensivo e Confinamento foram os sistemas que apresentaram maior carga ambiental (ELR, 4,05 e 3,45, respetivamente) e menor sustentabilidade ambiental (ESI, 1,08 e 1,01, respetivamente), quando compradas com os valores do sistema Semi-Intensivo (ELR = 2,26 e ESI = 1,17). Com base nestes resultados, o primeiro estudo mostrou que o atual sistema econômico influencia na insustentabilidade ambiental da produção ovina, uma vez que os ovinocultores, em busca da lucratividade, estão sendo pressionados a utilizar maior quantidade de insumos não-renováveis para se tornarem mais competitivos. Este comportamento gera efeitos negativos sobre o ambiente.
Título em inglês
Economic and emergetic evaluation of sheep farming in São Paulo
Palavras-chave em inglês
Biophysical accounting
Costs management
Ecological economy
Economic degrowth
Environmental pressure
Resumo em inglês
Sheep farming has shown a prominent role in the Brazilian agricultural sector in the last two decades. However, population growth, increased demand for food products and the current economic system have forced sheep farmers to implement strategies and technologies that increase their productivity and efficiency, to remain active in the market. Despite this, in a world with finite resources and biophysical limits, continuous economic growth becomes unsustainable, reflecting the increase in productivity and consumption in the degradation of natural ecosystems. In this sense, the present study had two main objectives: i) to carry out a diagnosis of the economic and environmental performance of meat lamb production under different levels of technification in the State of São Paulo, Brazil; and ii) to propose a new allocation scheme for emergy flows based on the types of costs according to the precepts of neoclassical economic theory. Field visits were carried out with interviews with the owners of three representative farms of the state of São Paulo, with different levels of technification (Intensive, Feedlot and Semi-Intensive). On the other hand, theoretical concepts were used in the conceptual proposal, such as Cost Theory and Emergy Synthesis (ES). In the economic analysis, all cost items were considered, divided into variable costs (VCost); fixed operating costs (FCost); and remuneration of production factors (variable, fixed and land capital); the total cost (TCost) being the sum of all costs involved in production. In addition to costs, economic performance indicators were considered, such as: net profit (NProf) and the cost-benefit ratio (CBR). Regarding the assessment of environmental performance, the Emergy Synthesis was used, and the indexes: Transformity (Tr), Renewability (%Ren), Emergy Yield Ratio (EYR), Emergy Investment Ratio (EIR), Environmental Charge Ratio (ELR), Emergy Sustainability Index (ESI), and Emergy Exchange Index (EER) were calculated. Analyzes were performed using Microsoft Excel® software. It was observed that the Semi-intensive system was the only system that showed economic loss, with an NProf of US$ -7,922, exhibiting a CBR of -0.10. In contrast, Feedlot and Intensive positive values of US$ 9,845 and US$ 4,287, in this order, with CBRs of 0.06 and 0.05, respectively. In relation to environmental performance, Semi-intensive was the farm with the highest renewability (%Ren = 30.63%), followed by Feedlot (22.46%) and Intensive (19.81%). As for dependence on the economic system, Feedlot was the most dependent farm (EIR = 101.01), followed by Intensive and Semi-Intensive (11.94 and 5.75). On the other hand, Intensive and Feedlot were the systems that presented the highest environmental load (ELR, 4.05 and 3.45, respectively) and the lowest environmental sustainability (ESI, 1.08 and 1.01, respectively), when purchased with the Semi-intensive system values (ELR = 2.26 and ESI = 1.17). Based on these results, the study showed that the current economic system influences the environmental unsustainability of sheep production, since sheep farmers, in search of profitability, are being pressured to use non-renewable inputs to be more competitive. This behavior generates negative effects on the environment.
 
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ME10945966COR.pdf (4.64 Mbytes)
Data de Publicação
2022-02-16
 
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